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São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2003

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VILA ANDRADE

Vila Andrade promete bater em 2003 seu próprio recorde de lançamentos; minibairro nasce em torno do Jardim Sul

Bola da vez

Fernando Moraes/Folha Imagem
O jogador de vôlei Marcelo Negrão, 30, mora na Vila Andrade há oito anos e diz que lá encontra de tudo à mão


PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA
EDITORA DE SUPLEMENTOS
MARLENE PERET
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Vila Andrade (zona sul de São Paulo) promete bater em 2003 seu próprio recorde de 1998, quando o Panamby começou a ser traçado no mapa paulistano. Só que, nos lançamentos deste ano (já somam 1.562 unidades, contra 1.745 de cinco anos atrás), a bola da vez não são mais os quatro-dormitórios: 74,6% das ofertas são de imóveis de um e dois dormitórios.
E é nas ruas próximas ao shopping Jardim Sul, conhecido por abrigar as melhores salas de cinema da capital, que esse "boom" imobiliário salta aos olhos: 13 dos 38 empreendimentos em construção ou em lançamento estão a metros dele. Há, inclusive, um projeto urbanístico da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário de criar ali um minibairro chamado Jardim Sul.
Mas, diferentemente do que se especula, o preço do metro quadrado no distrito não seguiu a inflação: houve queda real média de 7,8%. Enquanto o IGP-M (de dezembro de 1997 a dezembro de 2002) ficou em 85,9%, o metro quadrado útil subiu 78,1% (de R$ 1.735 para R$ 3.090). Em 2003, o preço está em R$ 2.856 (7,7% inferior à média de 2002).
Pesquisas da incorporadora Atlantica revelam dois tipos de compradores na Vila Andrade. "Os de renda alta, que buscam empreendimentos com 20% mais lazer que em Moema, por exemplo, pelo mesmo preço; e os de classe média, recém-casados, que querem imóveis modernos", afirma Luiz Valle, 48, diretor. "Aqui tenho de tudo à mão, 24 horas: locadora, McDonald's, farmácia, supermercado", justifica o jogador de vôlei Marcelo Negrão, 30.
"Há 13 anos, quando me mudei, só havia uns quatro prédios, muito verde e uma solidão benéfica. Certo dia, contei 70 prédios em construção e me vi cercado por bancos e lojas de construção, em um lugar mais barulhento que qualquer outro na cidade. Meu refúgio, hoje, é o parque Burle Marx", diz o músico Gilbert, 55.


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