|
Próximo Texto | Índice
Valores nas alturas
Preço do metro quadrado das coberturas, antes mais baixo, atinge o dos apartamentos-tipo
Danilo Verpa/Folha Imagem
|
|
Em busca da vista ideal, Antonio Uemir visitou mais de 70 apartamentos para escolher um na Vila Andrade; "Manutenção e limpeza dão mais trabalho", ressalva
EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS E CONSTRUÇÃO
GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Além do horizonte, as coberturas têm outro item a perder
de vista: o valor. Se, em 2004, o
preço de seu metro quadrado
correspondia a 70% do de um
apartamento-tipo (em média),
hoje esses valores se equivalem, segundo estudo da consultoria Geoimovel para a Folha.
E eles navegam por diferentes "andares" de cifrões. "Há
opções de R$ 170 mil a R$ 8 milhões", aponta Roseli Hernandes, gerente-geral de locação e
vendas da Lello Imóveis.
"Na Vila Nova Conceição
[zona oeste], o m2 da cobertura
pode custar R$ 10 mil, enquanto na Mooca [zona leste] encontra-se por R$ 3.600", diz.
Poucos se dispõem a pagar
esses preços. "É um produto
muito específico, sua liquidez
não é tão boa", analisa Celso
Amaral, diretor da Geoimovel.
"Depende muito de preferência, tem quem só compre
cobertura e há os que não gostam porque tende a dar mais
problema de manutenção",
afirma. "O que compensa é a
exclusividade. Há vistas que calam todos esses problemas."
O presidente do Creci-SP
(conselho de corretores), José
Viana Neto, observa que a diferença de valor da cobertura em
relação ao apartamento "comum" depende do padrão do
imóvel - altíssimo ou de classe
média alta.
"Tamanho, ou quantas vezes
maior ela é se comparada às
unidades-tipo [pode ser 50%
maior, ter o dobro ou o triplo
da metragem], vista e localização, além da configuração dos
cômodos, definem o preço",
enumera Fabio Rossi Filho, diretor de marketing do Secovi-SP (sindicato imobiliário).
A discrepância costuma ser
menor nos condomínios mais
luxuosos. "Em prédios de um
por andar, a cobertura tem metragem semelhante à da unidade-tipo e seu valor é cerca de
15% maior", calcula Viana.
"Se houver duas ou três unidades-tipo por andar e a cobertura pegar todo esse perímetro,
o metro quadrado poderá custar até 30% mais", compara.
Acessíveis
Quem pensa em morar nas
nuvens e não tem saldo bancário celestial não precisa desistir
de alçar esse vôo, pois os preços
desse tipo de imóvel, embora
em ascensão, partem de níveis
mais próximos do chão.
"Uma cobertura imensa em
um condomínio não muito elegante e com só duas vagas de
garagem não será tão valorizada", pontua Viana Neto.
É preciso cuidado ao planejar
uma compra a partir da análise
do metro quadrado.
Na cobertura, esse valor chega a ser inferior ao das unidades-tipo, mas, como a metragem destas é menor, a primeira custa mais. "Achei uma cobertura de um lançamento na Bela
Vista [no centro] que custava,
por m2, praticamente o mesmo
das unidades-tipo", relata o
médico André de Araújo, 37.
"No total, porém, ela custou
o dobro, pois sua área também
é dobrada." Ele procurava um
imóvel com área externa e verde. "A vista não era tão importante, mas tinha que ter bom
tamanho sem ser dúplex."
10 mil
é o que chega a custar, em reais, o metro quadrado de uma cobertura na Vila
Nova Conceição (zona oeste)
Próximo Texto: Nas alturas: Infiltração mancha vista panorâmica e privacidade Índice
|