São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2007

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Valores nas alturas

Preço do metro quadrado das coberturas, antes mais baixo, atinge o dos apartamentos-tipo

Danilo Verpa/Folha Imagem
Em busca da vista ideal, Antonio Uemir visitou mais de 70 apartamentos para escolher um na Vila Andrade; "Manutenção e limpeza dão mais trabalho", ressalva

EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS E CONSTRUÇÃO

GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Além do horizonte, as coberturas têm outro item a perder de vista: o valor. Se, em 2004, o preço de seu metro quadrado correspondia a 70% do de um apartamento-tipo (em média), hoje esses valores se equivalem, segundo estudo da consultoria Geoimovel para a Folha.
E eles navegam por diferentes "andares" de cifrões. "Há opções de R$ 170 mil a R$ 8 milhões", aponta Roseli Hernandes, gerente-geral de locação e vendas da Lello Imóveis.
"Na Vila Nova Conceição [zona oeste], o m2 da cobertura pode custar R$ 10 mil, enquanto na Mooca [zona leste] encontra-se por R$ 3.600", diz.
Poucos se dispõem a pagar esses preços. "É um produto muito específico, sua liquidez não é tão boa", analisa Celso Amaral, diretor da Geoimovel.
"Depende muito de preferência, tem quem só compre cobertura e há os que não gostam porque tende a dar mais problema de manutenção", afirma. "O que compensa é a exclusividade. Há vistas que calam todos esses problemas."
O presidente do Creci-SP (conselho de corretores), José Viana Neto, observa que a diferença de valor da cobertura em relação ao apartamento "comum" depende do padrão do imóvel - altíssimo ou de classe média alta.
"Tamanho, ou quantas vezes maior ela é se comparada às unidades-tipo [pode ser 50% maior, ter o dobro ou o triplo da metragem], vista e localização, além da configuração dos cômodos, definem o preço", enumera Fabio Rossi Filho, diretor de marketing do Secovi-SP (sindicato imobiliário).
A discrepância costuma ser menor nos condomínios mais luxuosos. "Em prédios de um por andar, a cobertura tem metragem semelhante à da unidade-tipo e seu valor é cerca de 15% maior", calcula Viana.
"Se houver duas ou três unidades-tipo por andar e a cobertura pegar todo esse perímetro, o metro quadrado poderá custar até 30% mais", compara.

Acessíveis
Quem pensa em morar nas nuvens e não tem saldo bancário celestial não precisa desistir de alçar esse vôo, pois os preços desse tipo de imóvel, embora em ascensão, partem de níveis mais próximos do chão.
"Uma cobertura imensa em um condomínio não muito elegante e com só duas vagas de garagem não será tão valorizada", pontua Viana Neto.
É preciso cuidado ao planejar uma compra a partir da análise do metro quadrado.
Na cobertura, esse valor chega a ser inferior ao das unidades-tipo, mas, como a metragem destas é menor, a primeira custa mais. "Achei uma cobertura de um lançamento na Bela Vista [no centro] que custava, por m2, praticamente o mesmo das unidades-tipo", relata o médico André de Araújo, 37.
"No total, porém, ela custou o dobro, pois sua área também é dobrada." Ele procurava um imóvel com área externa e verde. "A vista não era tão importante, mas tinha que ter bom tamanho sem ser dúplex."

10 mil
é o que chega a custar, em reais, o metro quadrado de uma cobertura na Vila Nova Conceição (zona oeste)


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