São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2008

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Aluguel sobe mais que inflação

Elevação acumulada de preços em São Paulo foi de 12,33% em 12 meses

Henrique anreza/Folha Imagem
Alberto Bonfim demorou 3 meses para achar um apartamento

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A crise se mostra presente em diversos setores econômicos, mas o mercado de aluguéis residenciais na cidade de São Paulo parece mais resistente às oscilações da economia.
Nos últimos 12 meses, a elevação acumulada da locação residencial atingiu 12,33% -mais que os 6,41% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), medido pelo IBGE, usado para reajustar o aluguel.
O pico da alta ocorreu em julho e agosto deste ano, de acordo com o Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário) -foram aumentos médios, respectivamente, de 2,3% e 1,7% em relação ao mês anterior.
Em setembro e outubro, meses de economia atribulada, o aumento prosseguiu, embora em patamares menores (confira o gráfico na pág. 4) -1% e 0,8%, respectivamente.
"Como faltam imóveis em oferta e há uma demanda crescente por locações, os preços aumentam", justifica José Roberto Federighi, vice-presidente de locação do Secovi-SP.
O palpite de Federighi é que os aluguéis que já subiram durante 2008 se mantenham na mesma faixa de preço em 2009.
"Acho que a crise não irá influenciar muito esse mercado", analisa. "Mas uma coisa é certa: continuarão a faltar imóveis para locação no ano que vem."

Mesmo cenário
José Roberto Graiche, presidente da Aabic (associação de administradoras), diz acreditar que a crise só influenciará o preço dos aluguéis caso ela se alastre ainda mais.
"Se houver uma grande recessão, com aumento do desemprego, aí poderá se formar um novo cenário", pondera.
Mas se isso não ocorrer, o provável é que o movimento desse ano se repita no ano que vem. "Bairros de classe média como Vila Mariana [zona sul] não receberam muitos lançamentos de dois dormitórios, mas as pessoas continuam querendo morar ali", exemplifica.
O produtor de cinema Alberto Bonfim que o diga. Já morador do bairro, ele queria se mudar para um local maior e mais novo. "Foram três meses à procura", conta.
Mesmo com muita pesquisa, ele teve que amargar um custo além do esperado. "Queria pagar até R$ 1.400, mas fechei por R$ 1.800. Fiquei satisfeito com a área de lazer do prédio, que é novo -o que pesa no preço."


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