São Paulo, domingo, 08 de julho de 2007

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Consórcio de segunda mão

Compra de cotas no "paralelo" elimina espera por contemplação

Renato Stockler/Folha Imagem
A cantora Gigi Trujillo conseguiu as chaves do apartamento sem os juros do financiamento


MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Existe uma alternativa para quem quer driblar o tempo de espera do consórcio imobiliário sem ter de dar um lance ou depender da sorte.
O fator de liberação das chaves, nesse caso, é o ágio que se paga na compra de uma carta sorteada, negócio que já tem intermediadores profissionais.
"Quem compra evita a maior desvantagem desse formato, que é ter de esperar ser sorteado", explica o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel de Oliveira.
A tramitação da venda não tem nada de ilegal: resume-se na transferência do consórcio para o novo comprador.
Ele negocia diretamente com o vendedor da cota, a empresa intermediadora ou a administradora, e as prestações restantes passam para seu nome.
Mas é preciso ter prudência antes de sucumbir à atratividade do negócio. Duas condições podem torná-lo desvantajoso: a cobrança abusiva de ágio e a venda de cotas de uma carta que não esteja sorteada.

Abusivo
Para poder avaliar se o ágio de uma carta contemplada está excessivamente alto, o mais indicado é verificar o lance médio que ocorre normalmente na administradora responsável por aquele consórcio.
Também vale comparar o custo em diferentes empresas que vendem cotas sorteadas.
"A partir de 25% [sobre o valor já quitado da carta], o ágio da compra deixa de ser um bom negócio. Um lance desse valor normalmente permite a contemplação imediata em um consórcio", sugere Oliveira.
Em média, o ágio praticado é de 10% a 15%, de acordo com Geraldo Siqueira, da Consórcio Contemplado.
Além da preocupação com o custo, é fundamental checar se as cotas comercializadas estão de fato contempladas.
"É importante conhecer as condições do consórcio e qual a saúde financeira do contrato para saber se não ficou nenhuma parcela pendente", orienta o advogado imobiliário Marcelo Manhães de Almeida.
Para tanto, a dica é verificar a situação do crédito diretamente com a administradora responsável pelo plano.

Negócio sério
A busca de informações foi o que gerou segurança para que a cantora Gigi Trujillo, 45, optasse pelo "consórcio de gaveta".
Com pressa para adquirir um imóvel para sua mãe, ela consultou uma gerente de banco que a aconselhou a procurar uma empresa que vende cotas contempladas. "Recebi muitas informações, que me deixaram segura de que se tratava de um negócio sério", lembra Trujillo.
Depois de alguns meses estudando as chances que apareciam por meio da Consórcio Contemplado, empresa que intermediou a compra da carta de crédito, a cantora pagou R$ 13.500, já com ágio de 10%, e, há um mês, vive no apartamento.
"Hoje falo para todos os meus amigos que essa é a melhor forma de comprar um imóvel", comemora.
Para completar os R$ 35 mil referentes ao crédito adquirido, Trujillo quitará ainda 84 parcelas de R$ 379 do plano.


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