São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003 |
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Coleta seletiva é tentativa de pagar menos taxa Lixo
NATHALIA BARBOZA DA REPORTAGEM LOCAL Condomínios de São Paulo começam a se mobilizar para implantar o mais rápido possível a coleta seletiva. Mais do que uma preocupação ambiental, o objetivo é reduzir a um terço o volume de lixo diário e, com isso, pagar o valor mínimo da taxa municipal que entra em vigor em abril. Mas, para implantar a coleta seletiva, é preciso tempo (de 60 a 90 dias), dinheiro (investimento de R$ 800 a R$ 2.500 em armazenamento e escoagem) e comprometimento de moradores, funcionários e domésticas, afirma Nathalie Gretillat, 26, gerente da administradora de imóveis Hubert. Há soluções alternativas. O condomínio Trafalgar Square, no Morumbi (zona sul), desistiu dos contêineres e comprou baldes plásticos e etiquetas coloridas para montar seu kit. As 72 famílias descartam, só de papéis, por mês, 700 quilos. "No total, vendemos 1,5 tonelada por mês", conta a empresária Ely Belloto, 56, que comandou a implementação da coleta seletiva, há quatro anos. O resultado ficou ainda melhor com a ajuda de composteiras, que transformam o lixo orgânico em adubo. Resultado: dos nove depósitos de lixo do condomínio, apenas três ainda são usados para o descarte do que não é reciclável. "Retorno financeiro, mesmo, só para condomínios acima de 300 apartamentos", garante Araci Musolino, presidente do Instituto GEA Ética e Meio-Ambiente. Mas, segundo ela, "um bom programa de coleta seletiva pode reduzir a um terço o lixo a ser recolhido pelo serviço público". A busca pela redução do lixo já é sentida pelas administradoras que oferecem assessoria para a implantação da coleta seletiva. No condomínio Belas Artes, no Butantã (zona oeste), as 377 famílias produzem 1.750 litros de lixo por dia, e a expectativa, agora, é reduzir para 1.000 litros, estima o síndico, Marco Roberto Cotrin. A taxa do lixo, aprovada no final do ano passado, começa a ser cobrada pela prefeitura em abril. Casas e apartamentos pagarão de R$ 6,14 a R$ 61,36 por mês, de acordo com o volume produzido. "É um instrumento para incentivar as pessoas a serem respon- sáveis e participativas, mas trai justamente os que já estão fazendo algo", analisa Elisabeth Grimberg, coordenadora no Instituto Polis e do Fórum Lixo e Cidadania da Cidade de São Paulo. Próximo Texto: Coleta seletiva é... Índice |
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