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HABITAÇÃO POPULAR
Programa de FHC depende de ações locais
Governos têm de viabilizar as áreas
CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local
O sucesso do programa habitacional para a baixa renda, lançado
pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no final de abril, está
nas mãos dos governos estaduais e
municipais -pelo menos em cidades como o Rio de Janeiro e São
Paulo, que serão as primeiras a receber investimentos.
As negociações começaram na
semana passada e, de acordo com
Isabel Pereira de Souza, diretora de
Habitação da CEF (Caixa Econômica Federal), cada parte terá de
fazer o seu "dever de casa".
Os governos estaduais e municipais ficaram responsáveis por mapear áreas que possam ser alvo do
Programa de Arrendamento Residencial (PAR).
Na realidade, os governos precisam viabilizar terrenos ou imóveis
que se enquadrem no programa,
que prevê um custo máximo de R$
20 mil por unidade.
Seis salários mínimos
Esse valor, segundo Isabel, foi estipulado tendo como base a faixa
de renda que o governo quer atingir: trabalhadores que ganham até
seis salários mínimos.
Uma unidade em um conjunto
habitacional em São Paulo custa
em média R$ 20 mil, sem considerar o preço do terreno.
"Por isso o governo também tem
de entrar com a redução de algumas taxas. A meta é, até o fim do
mês, já ter as áreas definidas."
Essas novas unidades poderão
ser cortiços, que serão recuperados ou reformados, ou imóveis que
serão construídos. "Vai depender
da prioridade de cada governo."
O programa quer beneficiar 200
mil famílias. Foi criado um fundo
especial para financiar o PAR: R$ 3
bilhões em três anos. O déficit habitacional no Brasil, segundo a Secretaria de Política Urbana, é de 5,6
milhões de habitações.
Flávio José Pinn, gerente da área
de financiamento imobiliário do
banco, diz que o PAR é voltado para as grandes cidades, onde o crédito para a compra de materiais
não consegue incentivar a construção de imóveis novos.
Operação
De acordo com a diretora da
CEF, ainda não foi definido como
esses imóveis serão repassados à
população. Mas, como se trata de
um arrendamento, após 15 anos de
ocupação as famílias terão direito
de adquirir as unidades.
A CEF dá o exemplo de um imóvel de R$ 15 mil. A mensalidade seria de R$ 95, que representa 0,7%
do valor do imóvel (os aluguéis
normalmente são de 1% do valor),
com correção de 3% a 12% ao ano.
No final de 15 anos, a família se
tornaria proprietária do imóvel.
Não está descartada a possibilidade de haver resíduos.
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