São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

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O dono da árvore

Mesmo no quintal de casa, podas requerem autorização da prefeitura

Marcelo Justo/Folha Imagem
Espécies de porte muito grande não devem ser plantadas em calçadas mais estreitas; suas raízes podem destruí-las

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Reza o dito popular que, para ter uma existência plena, deve-se, entre outras coisas, plantar uma árvore. Mas, uma vez cumprida a tarefa, você não poderá fazer o que bem quiser com sua "cria" se viver em São Paulo.
Até dentro de propriedades privadas a manutenção de árvores deve ser autorizada pelas subprefeituras -as das calçadas só podem ser aparadas por funcionários do município.
A multa para quem poda ilegalmente uma árvore varia de R$ 261,60 a R$ 1.046,40.
Mas nem sempre é fácil esperar por todo o processo das subprefeituras para fazer a manutenção.
Segundo André Graziano, coordenador de áreas verdes da secretaria das subprefeituras, o tempo médio entre o pedido e a poda efetiva é de dois meses.
Entretanto, associações de moradores ouvidas pela Folha falam em uma demora que se estende por até seis meses.
Há casos em que a manutenção solicitada não é realizada. "O critério para decidir se a poda será feita -e como- depende muito do entendimento de cada engenheiro agrônomo", explica Graziano.
"Quando o profissional faz a vistoria, decide se o serviço vai ser realmente executado ou não. Tem quem peça para cortar [a árvore] quando as folhas estão caindo na sua calha. No caso, é melhor que o morador faça uma limpeza no local."
Na maioria das vezes em que o serviço é executado, ou a árvore cresceu e está entrelaçada à fiação elétrica ou atrapalha a iluminação pública durante a noite ou as raízes são superficiais e estão quebrando a rua.
"Sempre fazemos o possível para preservar a árvore. A remoção acontece apenas quando há risco fitossanitário [como cupins e formigas] para humanos e imóveis", completa.

Caiu do pé
A subprefeitura também se encarrega de tratar as árvores em relação a fungos e cupins, que podem derrubá-la.
Outro perigo, no caso de espécies de frutos muito grandes, são estragos que eles podem causar ao cair. No caso da consultora de beleza Tássia Braga, 27, quem sofreu foi seu carro, vítima de um abacate.
"O vidro traseiro ficou todo trincado. O dono da casa onde está a árvore não quis pagar nada. Acabei arcando sozinha com o prejuízo", conta Braga.
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente não aconselha o plantio desse tipo de árvore em calçadas, nem em canteiros verdes de avenidas largas -veja quadro na pág. 4.
"Para essas espécies, o ideal são parques, onde há o espaço necessário para crescerem melhor", sugere Walter Doering, produtor de árvores e mudas.

PARA PEDIR PODA OU REMOÇÃO
Tel. 156 ou pelo site
http://sac.prefeitura.sp.gov.br/



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