São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2008

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Prova de fogo

Bombeiros devem fazer vistoria de equipamentos contra incêndio do prédio a cada três anos

Marcelo Justo/Folha Imagem
Os extintores do condomínio precisam estar carregados e dentro do prazo de validade

DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com fogo não se brinca, mas muitos condomínios não levam a sério as exigências legais de combate a incêndio.
Os bombeiros devem ser chamados para vistorias e renovação do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) a cada três anos -e bienalmente, em edifícios comerciais. Mas a falta de fiscalização desincentiva a renovação do documento.
"A prefeitura só exige o AVCB de prédios residenciais para liberar o Habite-se, enquanto os comerciais são obrigados a apresentá-lo para renovação de alvará", afirma a engenheira Raquel Bueno, 33, gerente da administradora Lello.
Um incêndio ocorrido em janeiro em um prédio no Alto da Lapa (zona oeste) só não acabou em tragédia porque os equipamentos de combate ao fogo estavam regularizados.
"Moradores usaram o extintor para apagar labaredas na garagem, e os bombeiros puderam usar o hidrante do próprio prédio em um dos apartamentos", conta a síndica Janaina Siste de Almeida, 34.
Mas se o incêndio tivesse ocorrido há três anos, não haveria equipamentos adequados. Em 22 anos, o prédio nunca recebeu os bombeiros para renovar o AVCB.
"Os extintores estavam vencidos, as portas corta-fogo não fechavam direito, não havia mangueiras nos hidrantes, luzes de emergência na garagem nem reserva na caixa-d'água", enumera a síndica.
Um plano de combate a incêndio custou R$ 5.000. Mais R$ 3.000 foram gastos em luzes de emergência, e R$ 2.000 em extintores e mangueiras.

Outras vistorias
Os cuidados não se resumem à inspeção dos bombeiros: todos os itens devem ser vistoriados anualmente por um engenheiro ou técnico de segurança.
"No intervalo entre as inspeções [dos bombeiros], equipamentos podem sair de conformidade por uso incorreto", afirma o engenheiro José Tomina, do Laboratório de Segurança ao Fogo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).
Extintores devem ser recarregados todo ano e trocados quando sua validade expirar. Uma dica é esvaziá-los antes de entregá-los à empresa de recarga. "Há empresas que só trocam o adesivo ou completam o conteúdo", alerta Bueno.
Já mangueiras de hidrantes devem ser trocadas a cada cinco anos, e os demais itens, quando sofrerem desgaste.
No Estado de São Paulo, o decreto 46.076/2001 determina que prédios residenciais com área superior a 750 m2 tenham brigada de incêndio, composta por funcionários e moradores.
Mas o ideal é treinar todos os moradores. Uma sessão para grupos de cinco a dez pessoas custa, em média, R$ 300.


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