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PROVA DE FOGO
Combate parte da educação de moradores
Vasos e lixeiras não podem obstruir portas corta-fogo; condôminos devem saber usar extintor e mangueira
DA REPORTAGEM LOCAL
Combater incêndio no dia-a-dia não é tarefa exclusiva de
funcionários do prédio.
Moradores e freqüentadores
do condomínio, como empregados domésticos, também têm
que fazer sua parte -ou melhor, não adotar práticas que
possam inutilizar equipamentos de segurança.
Descarregar parcialmente
extintores é um ato de vandalismo confundido com travessura comum em prédios.
"Colocaram fogo em um papelão nas escadarias do prédio
e descarregaram o extintor que
estava no hall do quinto andar",
conta a empresária Adriana De
Simone Lucatto, 35, síndica de
um prédio no bairro Parada Inglesa (zona norte).
"Além de perder a carga, o bico pode ficar obstruído e falhar
na hora de uma emergência",
alerta o capitão do Corpo de
Bombeiros Acacio Guberovich.
Em casos de vandalismo, o
morador deve receber advertência e multa, de acordo com o
previsto na convenção do condomínio, explica a diretora da
administradora Adbens, Ana
Paula Pellegrino, 37.
Outros hábitos perigosos são
obstruir as portas corta-fogo
com vasos ou lixeiras e deixá-las abertas para arejar o hall.
"Elas devem permanecer fechadas, mas nunca trancadas.
Sua função é isolar as rotas de
fuga da fumaça, que pode atingir temperaturas entre 500C e
800 C", avisa Guberovich.
"Em caso de incêndio, esqueça o elevador e desça pela escada de segurança. Não suba para
não ficar isolado no alto do prédio", orienta.
Segundo Guberovich, sobrecargas e curtos-circuitos em
adaptadores com múltiplas saídas (conhecidos como benjamins ou "Ts") são grandes causadores de incêndio.
Para evitá-los a solução é instalar mais tomadas, em circuitos elétricos com disjuntor, eletroduto e fiação devidamente
dimensionados.
Praticidade
As dicas para moradores não
se resumem a uma lista de "não
faça isso". "O ideal é que, em caso de acidente, eles partam para a ação, aplacando as chamas
para evitar que se alastrem", fala Guberovich.
Para isso, é preciso conhecer
os equipamentos. Extintores,
por exemplo, são específicos
para diferentes tipos de material: o de água, para combustíveis sólidos (madeira, tecido,
papel), e os de gás carbônico e
de pó, para líquidos inflamáveis
e aparelhos elétricos.
Modelos multiuso, aqueles
que utilizam pó ABC, costumam facilitar a vida de leigos.
Operar mangueira de hidrante, por sua vez, é uma operação para duas pessoas, que
devem desenrolá-la completamente, evitando que estoure
com a pressão da água.
Uma alternativa prática é o
sistema de mangotinhos, parecidos com uma mangueira de
jardim, mas de diâmetro maior.
"É mais fácil de usar, basta
uma pessoa", indica José Carlos Tomina, do IPT, que aponta
outra vantagem em relação a
mangueiras de hidrantes: mangotinhos não ressecam.
"E economiza-se no projeto,
pois a reserva de água, a tubulação e as bombas são mais compactas", compara Tomina.
(DÉBORA FANTINI)
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