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Orçamento familiar deve ser analisado
Antes de pedir crédito, é preciso computar despesas com mudança, reforma e documentação do novo imóvel
Prazo de quitação maior barateia parcela do financiamento, mas encarece total pago ao final do plano
DA REDAÇÃO
A escritora Camila Goytacaz, 32, imaginava que financiaria a compra de uma casa
na Vila Romana (zona oeste)
em dez ou 15 anos -precisou
de 20. Mas conta que ajustou
o prazo e o valor do imóvel ao
comprometimento de renda.
"Comecei definindo quanto tinha para dar de entrada", cita. "Queria comprometer 20% da renda mensal
com as parcelas. Coloquei
também na balança gastos
com reformas e mudança."
Goytacaz agiu de acordo
com o que recomendam os
consultores. "É responsabilidade de quem toma o capital
analisar se conseguirá honrar a dívida mês a mês", alerta Luiz Antonio França, presidente da Abecip (associação de entidades de crédito).
Planejar o orçamento familiar, não só a curto mas
também a médio e longo prazos, é importante para dimensionar o peso do endividamento. É necessário, por
exemplo, ater-se a outras
compras a prazo, como o financiamento de um veículo.
Para França, é "saudável"
comprometer até 30% com
os planos de crédito somados, incluído o da casa própria. Outra opção para a
mensalidade caber no bolso
é estender o prazo do financiamento -foi o que aconteceu com Camila Goytacaz.
"Em vez de comprometer
40% da renda em dez anos, o
mutuário pode comprometer
35% em 15", menciona Claudio Costa, da Coelho da Fonseca. Nesse caso, contudo, o
total pago de juros ao final do
plano será maior.
COMPRA EM GRUPO
Compor renda com um
parceiro, parente ou amigo
também é uma estratégia comum para aliviar as contas.
Há bancos que limitam essa
composição a duas pessoas.
Na Caixa Econômica Federal, "não há limite para o número de pessoas", afirma Nédio Henrique Rosselli Filho, gerente regional de Habitação em São Paulo.
O diretor de arte Sérgio Parise Jr., 27, conta que financiou a compra de um apartamento em Santana (zona
norte) com a noiva. "Juntamos forças", diz.
Mas admite que "apertaram os cintos" para saldar
cerca de R$ 1.000 mensais.
"Negociamos com o banco e
dobramos o que pretendíamos pagar inicialmente, mas
precisamos cortar gastos supérfluos, contas em lojas."
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