São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2010

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Orçamento familiar deve ser analisado

Antes de pedir crédito, é preciso computar despesas com mudança, reforma e documentação do novo imóvel

Prazo de quitação maior barateia parcela do financiamento, mas encarece total pago ao final do plano

DA REDAÇÃO

A escritora Camila Goytacaz, 32, imaginava que financiaria a compra de uma casa na Vila Romana (zona oeste) em dez ou 15 anos -precisou de 20. Mas conta que ajustou o prazo e o valor do imóvel ao comprometimento de renda.
"Comecei definindo quanto tinha para dar de entrada", cita. "Queria comprometer 20% da renda mensal com as parcelas. Coloquei também na balança gastos com reformas e mudança."
Goytacaz agiu de acordo com o que recomendam os consultores. "É responsabilidade de quem toma o capital analisar se conseguirá honrar a dívida mês a mês", alerta Luiz Antonio França, presidente da Abecip (associação de entidades de crédito).
Planejar o orçamento familiar, não só a curto mas também a médio e longo prazos, é importante para dimensionar o peso do endividamento. É necessário, por exemplo, ater-se a outras compras a prazo, como o financiamento de um veículo.
Para França, é "saudável" comprometer até 30% com os planos de crédito somados, incluído o da casa própria. Outra opção para a mensalidade caber no bolso é estender o prazo do financiamento -foi o que aconteceu com Camila Goytacaz.
"Em vez de comprometer 40% da renda em dez anos, o mutuário pode comprometer 35% em 15", menciona Claudio Costa, da Coelho da Fonseca. Nesse caso, contudo, o total pago de juros ao final do plano será maior.

COMPRA EM GRUPO
Compor renda com um parceiro, parente ou amigo também é uma estratégia comum para aliviar as contas. Há bancos que limitam essa composição a duas pessoas.
Na Caixa Econômica Federal, "não há limite para o número de pessoas", afirma Nédio Henrique Rosselli Filho, gerente regional de Habitação em São Paulo.
O diretor de arte Sérgio Parise Jr., 27, conta que financiou a compra de um apartamento em Santana (zona norte) com a noiva. "Juntamos forças", diz.
Mas admite que "apertaram os cintos" para saldar cerca de R$ 1.000 mensais. "Negociamos com o banco e dobramos o que pretendíamos pagar inicialmente, mas precisamos cortar gastos supérfluos, contas em lojas."


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