DA REPORTAGEM LOCAL

No Jabaquara, os moradores aguardam o início definitivo da Operação Urbana Água Espraiada, que cortará o distrito rumo à rodovia dos Imigrantes.
A expectativa diz respeito às desapropriações. "A sensação é de que o projeto será bom para a região, trará desenvolvimento, mas nos preocupamos em saber para onde vão as famílias carentes que vivem hoje na avenida Muzambinho", diz Maria Joana Paim da Silva, 52, presidente da Sociedade Amigos de Americanópolis.
O subprefeito do distrito, Odilon Guedes Pinto Júnior, 55, responde que o leilão dos certificados de permissão de construção acima do que estabelece o zoneamento deve acontecer no início do próximo ano. "O que for arrecadado promoverá as mudanças que atenderão às demandas."
Eduardo Martins Cardoso, 69, presidente do Consabeja (Conselho de Sociedades Amigos de Bairro do Jabaquara e Imediações), diz que o distrito precisa de mais equipamentos públicos para a população. "Todo dia recebemos pedidos de vagas em creches, e as pessoas reclamam do atendimento no Hospital Municipal Artur Ribeiro de Sabóia."
"Precisamos de espaços de lazer e cultura", completa Maria Joana da Silva, de Americanópolis.

Charme
Para Josefa Elma dos Santos Lima, 42, presidente da Associação Comunitária de Vila Clara, outro bairro carente da região, a demanda dos moradores é pela urbanização da favela Sem-Terra.
Já para Regina Monteiro, presidente do Movimento Defenda São Paulo, o zoneamento do distrito "permite de tudo". "A região é supercharmosa, e o mercado imobiliário ainda não percebeu."
A demanda dos moradores da Cidade Vargas é para que o bairro receba o selo Z1, indicando que seja estritamente residencial. "O trânsito da região já começa a ficar complicado", alerta Miriam Éboli Bock, 48, vice-presidente da associação local.
Monteiro sugere ainda que as imediações subutilizadas da avenida Jabaquara possam receber incentivos para gerar bolsões de comércio, de edifícios comerciais e de serviços, a fim de estimular o trabalho perto de casa.
Segundo o subprefeito, as discussões sobre o Plano Regional envolverão ainda a revisão do zoneamento nas proximidades da estação Conceição do metrô, que hoje abriga o centro empresarial do banco Itaú e complica o fluxo do trânsito da região. (NB)