São Paulo, domingo, 11 de março de 2007

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Classe média ganha espaço

Grandes incorporadoras investem em imóveis "populares" e entre R$ 100 mil e R$ 200 mil

Renato Stockler/Folha Imagem
Fábio Ullmann e Juliana Carvalho compraram imóvel novo no centro dentro do padrão de seus bolsos


DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Após duas décadas concentradas nos lançamentos de alto padrão, as maiores incorporadoras brasileiras apostam em imóveis mais baratos.
"A classe média alta é uma fatia pequena. Já a baixa compõe mais de 80% do déficit habitacional e tem sido beneficiada por financiamento a juros estáveis e em prazos longos", justifica o vice-presidente de incorporações do Secovi (sindicato da habitação), João Crestana.
A Gafisa anunciou no mês passado a formação de joint venture com a Odebrecht para construir conjuntos de mil apartamentos em áreas sem infra-estrutura, por R$ 50 mil.
Cautelosas nos planos de investir no segmento "popular" (abaixo de R$ 100 mil), outras incorporadoras apostam na classe média, com unidades de R$ 100 mil a R$ 200 mil.
"Os consumidores que o mercado pode atender têm renda entre cinco e dez salários mínimos", aponta Crestana.
A Cyrela é uma das que preferem investir na faixa que chama de "econômica" -de R$ 100 mil a R$ 200 mil. Criou uma segunda linha, a Living, em 2006, e também atua em parceria com a incorporadora Plano e Plano.
"São empreendimentos bem localizados, mas fora do centro de São Paulo, com boas opções de transporte e escolas", descreve o diretor de novos negócios Antonio Guedes, 45. "Os projetos são enxutos, de qualidade, mas racionalizados."
As plantas da Living são padronizadas, o que reduz custos com materiais e mão-de-obra. O Liber, na Vila Matilde (zona leste), tem quatro torres com apartamentos de dois e três quartos e lazer com piscina e churrasqueira. Os preços variam de R$ 85 mil a R$ 125 mil.
A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário, que investirá 18% do volume geral de vendas, de R$ 5 bilhões, em moradia de baixa renda, também focará na faixa de R$ 100 mil a R$ 200 mil.
"Abaixo disso é difícil achar terreno viável, mesmo na periferia. Temos de lançar mil unidades para diluir custos de construção e de condomínio", afirma o diretor-superintendente Roberto Perroni, 43. O primeiro lançamento está previsto para este ano.
Já a Tecnisa estuda a possibilidade de ingressar no mercado intermediário. "É um público que estava no limite de comprar um imóvel que agora cabe no bolso, com a ampliação do crédito", descreve o diretor técnico Fábio Villas Bôas, 49.


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