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VAGA JUSTA
Tamanhos provocam queixas de moradores
Passagens estreitas e vagas muito justas levam condôminos à Justiça
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A médica Elieth Aparecida
Floresti, 55, tem duas vagas no
prédio onde mora, em São Bernardo do Campo (Grande São
Paulo). Em uma delas, não conseguia manobrar o carro sem
passar pela vaga do vizinho.
Sua filha estudava no interior
e usava o espaço aos finais de
semana, mas, por causa da dificuldade de estacionar, às vezes
preferia deixar o veículo na rua.
Floresti acabou trocando a
vaga com a de outro morador,
dono de um carro de coleção
pouco utilizado. Ela diz ainda
que as vagas do condomínio são
justas demais -os passageiros
têm de esperar o motorista
tirar o carro para entrar.
"Para evitar arranhões e pequenas batidas, foram colocados borrachões em pilares e
quinas da garagem", relata.
As dimensões dos lugares de
estacionamento e de manobra
são um estopim usual de desavenças nos condomínios.
O Código de Obras e Edificações da cidade de São Paulo
prevê um mínimo de 5% de vagas privativas para veículos
grandes (tipo utilitários) e outros 45% para veículos de porte
médio. Carros pequenos ficam
com metade das vagas, que devem ter ao menos 2 m de largura por 4,20 m de comprimento.
Com relação às faixas de circulação dos carros, o código estabelece que devem apresentar
dimensões mínimas, para cada
sentido de tráfego, de 2,75 m de
largura e 2,30 m de altura.
O administrador de empresas Edwin Douek, 55, mora em
um apartamento no Jardim
Europa (zona oeste de São Paulo) e está há quatro anos em
litígio com o condomínio.
Ele argumenta que, por serem muito pequenas, duas de
suas três vagas não têm condições de uso e que, em uma assembleia, elas foram alteradas
de indeterminadas para determinadas sem o devido registro
na convenção e no cartório de
imóveis (leia mais sobre essas
mudanças no texto ao lado).
Segundo Douek, a ação pede
um remanejamento geral das
vagas do condomínio para
atender a todos igualmente: "A
área comum não pode ser dividida de forma indiscriminada".
Em um condomínio próximo
ao parque Villa-Lobos (zona
oeste), moradores conseguiram uma liminar obrigando a
construtora a fazer obras de
reparo na garagem.
A entrada não é suficiente
para a passagem de carros mais
altos, o que obriga donos de veículos maiores a pará-los no estacionamento de visitantes ou
na rua. Condomínio e construtora entraram com um pedido
de reconsideração da decisão.
Manobrista
Uma saída para facilitar a
movimentação dos veículos é
contratar um manobrista, o
que pede aprovação em assembleia. O advogado Luiz Augusto
Rezende avalia que, nesse caso,
é recomendável fazer um seguro contra colisões e danos.
E alerta: "Se não houver manobrista, cada condômino, e
não o prédio, será responsável
pelo seu veículo e pelos danos
que ele causar".
(EC)
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