UOL


São Paulo, domingo, 11 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FINANCIAMENTO

Sem data definida, CEF promete disponibilizar na internet o motivo da negativa de crédito habitacional

"Mutuário rejeitado" terá justificativa

DA REPORTAGEM LOCAL

Responsável por 90% dos financiamentos habitacionais do país, a CEF (Caixa Econômica Federal) prepara-se para abrir a "caixa-preta" da análise de risco do crédito imobiliário. No último dia 5, o presidente, Jorge Mattoso, anunciou que o banco disponibilizará, na internet, aos candidatos a mutuário, a justificativa da negação das solicitações.
"Estamos preocupados com a transparência nas operações, em uma área que não permite voluntarismos", disse Mattoso, que foi empossado no cargo em 16 de janeiro. A CEF não divulga o total de pedidos rejeitados, mas o mercado acredita que seja algo em torno de 50% das solicitações encaminhadas às agências. A carteira total de financiamentos em 2002 foi de 310,5 mil contratos, estimados em R$ 4,9 bilhões.
Segundo o presidente da CEF, o banco disponibilizará ainda, "em breve", uma cartilha na internet (www.caixa.gov.br) com informações sobre quais são os cri- térios para aprovação de financiamentos. Até agora, quem não passa pelo crivo rigoroso dos analistas da instituição fica sem sa- ber "onde errou". O problema afeta sobretudo os pedidos para crédito de imóveis na planta.
O presidente do Secovi-SP (sindicato de construtoras e imobiliárias), Romeu Chap Chap, diz que há um conceito "muito frio e tecnológico" na análise de crédito, "baseado na lógica da informática". Segundo ele, ""substituíram as conclusões de raciocínio, próprias da inteligência humana".
"Há tempos pedimos uma maior transparência para a CEF, além da melhora nos critérios para avaliação e concessão dos financiamentos", completa o vice-presidente de incorporação do Secovi-SP, Basílio Jafet.

Recebíveis
O presidente da CEF anunciou também que estão em fase final de elaboração dois novos fundos de direitos creditícios, que devem lastrear novas investidas no segmento habitacional: os FIIs (fundos de investimento imobiliário) serão emitidos em São Paulo e em Minas Gerais, até junho, e terão patrimônios de R$ 100 milhões.
Diferentemente do FII Almirante Barroso, lançado no ano passado pela CEF e que tinha como patrimônio um imóvel do próprio banco, os novos FIIs serão lastreados em empreendimentos novos. "Estamos em negociação com o Tesouro Nacional, mas já temos notícia de que há investidores ávidos por papéis de longo prazo como estes", anuncia Mattoso. (NATHALIA BARBOZA)


Texto Anterior: Justiça: Receita fecha o cerco aos sonegadores
Próximo Texto: Panorâmica - Escritórios: SP tem 78% menos espaços vazios que em 2002
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.