São Paulo, domingo, 11 de julho de 2004

Índice

TECNOLOGIA

Selo da Associação Brasileira de Automação Residencial disciplinará o mercado; já há sete pedidos em estudo

Ficção vira realidade em novos prédios

Fernando Moraes/Folha Imagem
O médico Carlos Carelli planeja conversar com os filhos via circuito fechado de TV, que equipará seu imóvel


RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quem já assistiu ao desenho "Os Jetsons", com a família que vive em um arranha-céu futurista, deve se lembrar do telecomunicador que George Jetson usava para falar com seu chefe. O médico Carlos Carelli, 37, está prestes a ver a cena se tornar realidade.
Ele comprou, na planta, um apartamento no edifício Image, empreendimento no Real Parque (zona oeste de São Paulo) que será entregue, em 30 meses, com toda a infra-estrutura necessária para que o imóvel seja "high-tech".
Já estarão instalados, em todos os cômodos, pontos multiuso (de áudio, vídeo, telefone e internet) com seus respectivos cabeamentos, acesso à internet em banda larga e câmeras para o circuito fechado de TV (CFTV). Carelli pretende usar o CFTV para se comunicar com a mulher e os filhos (de dois e quatro anos). Eles poderão interagir mais, justifica.

Um só toque
As possibilidades que o cabeamento estruturado (como é chamada a infra-estrutura responsável pela integração de tecnologias) oferece, no entanto, vão muito mais longe.
É possível controlar a iluminação, a climatização e a temperatura da água com um simples toque. Com centrais telefônicas incorporadas ao sistema, o morador ganha ramais sem fio dentro de casa. Eletrodomésticos podem ser acionados por celular ou por computador, via internet.
No "home theater", um só aparelho de DVD transmite imagem e som para monitores espalhados pela casa. É possível criar uma rede doméstica de computadores, conectar-se à intranet do condomínio e até abrir arquivos pessoais no "home office" do prédio.
A partir deste ano, muitos lançamentos já sairão, "de linha", com o cabeamento estruturado. A aquisição dos equipamentos, é claro, fica por conta do proprietário. Em certos casos, a construtora oferece alguns itens instalados, como no Image. Em outros, pode entregá-lo com toda a tecnologia.
Mas aí o preço sobe. Em princípio, a automação deve encarecer de 1% a 6% o preço dos imóveis, avalia o engenheiro Roberto Luigi Bettoni, 47, que desenvolve projetos de sistemas de automação predial. "Depende de quanta infraestrutura a construtora está disposta a entregar pronta", explica.
A construtora Davilar criou um pacote de itens que inclui tubulação para aspiração de pó central, acesso à internet sem fio e programação de luz, de som no ambiente e da temperatura da água.
Segundo Sergio Foz D’avila, 33, diretor da construtora, o Gávea, também no Real Parque, já contempla o pacote. "Hoje, a maioria dos imóveis contemplados é mais luxuosa. Mas, com o tempo, a automação vai virar um padrão."

Selo
Com tantas possibilidades, a automação residencial vem despertando a curiosidade de consumidores, construtoras e profissionais da área. Por esse motivo, a Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial) lançou um selo que deverá disciplinar o mercado e incentivar a criação de iniciativas inovadoras.
José Roberto Muratori, 49, presidente da associação, diz que já há sete empreendimentos com o pedido em tramitação e outros três entrando com a solicitação.


Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.