São Paulo, domingo, 11 de julho de 2010

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Maioria compra com financiamento

Pesquisa aponta que 50,15% das aquisições de usados na capital no primeiro quadrimestre usaram crédito

Quem já possui um imóvel em seu nome não pode usar recursos do FGTS para adquirir um segundo

Alessandro Shinoda/Folhapress
Eliana Rodrigues (à esq.) comprou um imóvel para sua filha, Mariana Rodrigues, 27

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem opta pela aquisição de um segundo imóvel deve se preocupar com sua capacidade de endividamento.
"Não podemos dizer que é um negócio da China porque o mercado está bastante aquecido", avalia Evaldo Alves, professor de economia da FGV/Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas).
"Mas, para quem dispõe de recursos, é um bom momento para a compra do segundo imóvel ou de um imóvel maior porque o mercado imobiliário está crescendo firme, de forma segura e sem risco de bolha", afirma.
"Para quem não dispõe, é importante ter cuidado para que os encargos do financiamento não inviabilizem o fluxo da renda, que não deve ser mais do que 30% comprometida. E há de se ter também atenção especial aos juros."
Apesar de a posse de uma propriedade influenciar positivamente na concessão do empréstimo, para os bancos, o critério principal é mesmo o comprometimento da renda.
"O crédito está limitado a até 27% do rendimento, e isso não muda se a pessoa tem um imóvel quitado", explica Flávio Prando, vice-presidente do Secovi-SP.
O recurso do empréstimo imobiliário foi usado em 50,15% das vendas de usados na cidade de São Paulo no primeiro quadrimestre do ano, segundo pesquisa do Creci-SP. Na Grande São Paulo, esse índice chega a 71%.
Para o advogado e investidor M.S., 36, que fez pela primeira vez um financiamento, as taxas de juros cobradas pelos bancos são altas, mas ainda compensam.
Mesmo podendo quitar o saldo devedor de R$ 200 mil de seu novo apartamento, ele optou pelo crédito bancário.
O investidor calcula que a rentabilidade que consegue com esse dinheiro é de 12% ao ano, no mínimo. Em média, diz, o banco cobra dele 10,7% anuais, o que tornaria vantajosa a sua escolha.

SEM FGTS
Quem ainda paga pelo primeiro imóvel e já pensa no segundo pode viabilizar essa nova aquisição renegociando com o banco as condições -prazo de quitação e juros- do financiamento existente.
A prática é recomendada somente quando a pessoa tem renda para pagar as duas propriedades e está ciente de que, em caso de inadimplência, poderá ficar sem nenhuma das duas, alerta o professor José Dutra Sobrinho, vice-presidente da Ordem dos Economistas do Brasil.
Uma desvantagem da compra do segundo imóvel em relação à do primeiro é a impossibilidade de utilizar o saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Segundo a assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal, para usar essa fonte de recurso é preciso vender o primeiro imóvel, além de respeitar o prazo de três anos em relação à utilização anterior do fundo.
(MARIA CAROLINA NOMURA)


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