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Maioria compra com financiamento
Pesquisa aponta que 50,15% das aquisições de usados na capital no primeiro quadrimestre usaram crédito
Quem já possui um imóvel em seu nome não pode usar recursos do FGTS para adquirir um segundo
Alessandro Shinoda/Folhapress
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Eliana Rodrigues (à esq.) comprou um imóvel para sua filha, Mariana Rodrigues, 27
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quem opta pela aquisição
de um segundo imóvel deve
se preocupar com sua capacidade de endividamento.
"Não podemos dizer que é
um negócio da China porque
o mercado está bastante
aquecido", avalia Evaldo Alves, professor de economia
da FGV/Eaesp (Escola de Administração de Empresas de
São Paulo da Fundação
Getulio Vargas).
"Mas, para quem dispõe
de recursos, é um bom momento para a compra do segundo imóvel ou de um imóvel maior porque o mercado
imobiliário está crescendo
firme, de forma segura e sem
risco de bolha", afirma.
"Para quem não dispõe, é
importante ter cuidado para
que os encargos do financiamento não inviabilizem o fluxo da renda, que não deve ser
mais do que 30% comprometida. E há de se ter também
atenção especial aos juros."
Apesar de a posse de uma
propriedade influenciar positivamente na concessão do
empréstimo, para os bancos,
o critério principal é mesmo o
comprometimento da renda.
"O crédito está limitado a
até 27% do rendimento, e isso não muda se a pessoa tem
um imóvel quitado", explica
Flávio Prando, vice-presidente do Secovi-SP.
O recurso do empréstimo
imobiliário foi usado em
50,15% das vendas de usados na cidade de São Paulo
no primeiro quadrimestre do
ano, segundo pesquisa do
Creci-SP. Na Grande São Paulo, esse índice chega a 71%.
Para o advogado e investidor M.S., 36, que fez pela primeira vez um financiamento,
as taxas de juros cobradas
pelos bancos são altas, mas
ainda compensam.
Mesmo podendo quitar o
saldo devedor de R$ 200 mil
de seu novo apartamento, ele
optou pelo crédito bancário.
O investidor calcula que a
rentabilidade que consegue
com esse dinheiro é de 12%
ao ano, no mínimo. Em média, diz, o banco cobra dele
10,7% anuais, o que tornaria
vantajosa a sua escolha.
SEM FGTS
Quem ainda paga pelo primeiro imóvel e já pensa no
segundo pode viabilizar essa
nova aquisição renegociando com o banco as condições
-prazo de quitação e juros-
do financiamento existente.
A prática é recomendada
somente quando a pessoa
tem renda para pagar as duas
propriedades e está ciente de
que, em caso de inadimplência, poderá ficar sem nenhuma das duas, alerta o professor José Dutra Sobrinho, vice-presidente da Ordem dos
Economistas do Brasil.
Uma desvantagem da
compra do segundo imóvel
em relação à do primeiro é a
impossibilidade de utilizar o
saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Segundo a assessoria de
imprensa da Caixa Econômica Federal, para usar essa
fonte de recurso é preciso
vender o primeiro imóvel,
além de respeitar o prazo de
três anos em relação à utilização anterior do fundo.
(MARIA CAROLINA NOMURA)
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