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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003

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MOVIMENTO ESTUDANTIL

Incorporadoras preparam projetos para a região do campus, que deverá reunir até 20 mil alunos

Nova USP reaquece mercado na zona leste

FREE-LANCE PARA A FOLHA

As obras para a construção do novo campus da USP (Universidade de São Paulo), em Ermelino Matarazzo, nem começaram e incorporadoras e imobiliárias já estão de olho no potencial de crescimento dessa região da zona leste.
O terreno de 1,2 milhão de metros quadrados fica ao lado do Parque Ecológico do Tietê, entre a linha do trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a rodovia Ayrton Senna. Além dos distritos vizinhos, a movimentação deve cruzar as fronteiras da capital até Guarulhos. As aulas começam em 2005.
"Como não está prevista a construção de moradia universitária, os estudantes de outras regiões deverão morar no entorno, além de alguns funcionários e do pessoal do comércio do campus", prevê o consultor Sylvio Sawaya, 60, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
Quando estiver funcionando a pleno vapor, daqui a dez anos, o campus USP-Leste deverá abrigar uma população direta de 20 mil estudantes e 2.000 funcionários. Para Sawaya, "a curto prazo [primeiro semestre de 2005], os imóveis de padrão popular nos bairros vizinhos devem abrigar o contingente inicial de mil alunos".
Nos próximos anos, a tendência é ocorrer mais lançamentos nessa região, desaquecida desde 1998. Cangaíba, Ermelino Matarazzo e São Miguel Paulista não tiveram novos empreendimentos verticais em 2002, mostra a consultoria Amaral D'Ávila, contra quatro, na Penha, e cinco, em Guarulhos -ficam, no entanto, distantes da recordista Vila Andrade (zona sul), com 32.
"Em compensação, o número de lançamentos de condomínios e conjuntos de casas foi expressivo", compara João Freire D'Avila Neto, 44, diretor técnico da consultoria. "A zona leste teve um desenvolvimento maior nos anos 90, após a chegada do metrô, mas deu uma parada depois disso", analisa Antônio Guedes, 41, gerente de incorporação da Gafisa.
"Além da USP, a implantação de novas vias de acesso também estimulará o crescimento imobiliário", prevê José Romeu Ferraz Neto, 45, vice-presidente do Sinduscon (sindicato de construtoras). Uma das principais obras previstas é a ligação aeroporto de Guarulhos-ABC, por meio da ampliação da avenida Jacu-Pêssego. O governo estadual também planeja levar o metrô até o aeroporto.

Reavaliações
A Gafisa já decidiu construir um empreendimento em Guarulhos, próximo ao shopping. "Só estamos reavaliando o tipo de projeto após o anúncio da nova universidade na região", revela Guedes. "Estávamos pensando em construir um "popular" em Ermelino Matarazzo, mas agora estudamos um de nível médio no terreno que temos, de 10.000 m2", revela Roberto Gerab, 49, diretor da Kallas.
Com uma atuação mais intensa na região, a Tenda também faz planos para o distrito. "Os imóveis que lançamos [400 unidades em 2001] vão valorizar", diz Gustavo Viana, 30, diretor regional.
Outra de olho no entorno da USP é a Evolução. "Nosso projeto é de um flat ou de um residencial", diz Basílio Jafet, 45, diretor.
Mas nem todos estão otimistas. "Não acredito em supervalorização, pois o mercado da zona leste não comporta lançamentos de padrão elevado", opina Milton Goldfarb, 41, diretor da Goldfarb.
(ALEXANDRE SAMMOGINI)


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