São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2008

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CAMPEÕES DE LANÇAMENTOS

Bairro do Morumbi expande fronteiras

Distritos vizinhos, Vila Andrade e Vila Sônia foram destaque no mercado imobiliário paulistano em 2008

Henrique Manreza/Folha Imagem
Celso Buendia comprou um apartamento na Vila Sônia com a expectativa da nova estação de metrô no bairro

DA REPORTAGEM LOCAL

Conhecido há décadas por abrigar famílias abastadas, o Morumbi se tornou uma espécie de marca. Com poucos terrenos vagos e limitações de zoneamento, o bairro se expandiu e abarcou o entorno.
"A Vila Sônia e a Vila Andrade cresceram como extensão do Morumbi. Trabalhamos com a mesma zona de valor", comenta Cyro Laufel, diretor de atendimento da Lopes.
Descoberta há alguns anos, a Vila Andrade (ao sul do Morumbi) tem um perfil de condomínios-clube e apartamentos maiores. Às margens do Morumbi, vários apartamentos oferecem mais de 120 m2 de área privativa.
"Acontece muito de o pai que mora na região comprar para o filho, mas não ter a opção de morar no distrito do Morumbi, então vai para os arredores", diz Luiz Henrique de Vasconcellos, da MaxHaus.
Além da arborização e da rede comercial, a educação é outro ponto de atração da região. Colégios tradicionais como Porto Seguro, Santo Américo e Nossa Senhora do Morumbi trazem novos moradores.
"A região sempre teve a característica de receber famílias novas. Existe uma série de boas escolas na região que são atrativos para quem tem filhos", aponta Luiz Fernando do Valle, presidente da construtora Ecoesfera.

Do outro lado da ponte
Se a Vila Andrade já é velha conhecida no mercado imobiliário dos "Morumbis", a Vila Sônia recebe lançamentos também motivados pela chegada da linha amarela do metrô.
A estação, que ficará na avenida Francisco Morato, traz compradores como o gerente de operações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) Celso Buendia, 50.
Morador da Vila Madalena, Buendia decidiu comprar um apartamento na planta para morar sozinho.
Interessado em um modelo de imóvel versátil, foi atraído pela possibilidade de continuar a usar o metrô no seu dia-a-dia.
"Tem duas coisas interessantes: a estação do metrô e a ciclovia na avenida Eliseu de Almeida", conta Buendia, que acredita poder usar a bicicleta para chegar à estação.
Os lançamentos desse ano têm previsão de entrega entre 2010 e 2011, datas próximas à anunciada pelo Metrô para a entrega das estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia: 2012.
Nesse embalo, o perfil de compradores da região é de famílias recém-constituídas com renda acima dos R$ 5.000, com apoio das linhas de financiamento bancário.
"A maioria das unidades foi financiada", afirma Maurício Ribeiro, gerente de marketing da construtora Esser.
Se a grande reclamação do bairro é o trânsito -para 14% dos entrevistados pelo Datafolha na pesquisa para o especial "DNA Paulistano" -, o metrô parece resolver a questão.
"É uma região em que acredito [no crescimento], porque o metrô muda sensivelmente o trânsito", afirma o vice-presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Odair Senra.
Para o consultor imobiliário Celso Amaral, a região continuará como destaque em lançamentos. "Há muitas casas e grandes oportunidades de verticalização", frisa. (CC)


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