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ALTA DO ALUGUEL
Locatário deve conservar imóvel e checar preço com os da vizinhança
Bons antecedentes e pesquisa de valores facilitam barganha
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para reduzir o peso do reajuste do aluguel, a dica é usar os
bons antecedentes como moeda de troca na negociação.
Para Márcio Rachkorsky, advogado da Comissão de Direito
Imobiliário da OAB-SP, são
dois os fatores-chave para que
haja uma boa negociação.
"Pagamento em dia e boa
conservação do imóvel são fundamentais para que o diálogo
flua melhor na hora de renegociar o aluguel", salienta.
É esse o caso da fisioterapeuta Cristina Romeiro, 50. Ela
aluga um apartamento de dois
quartos na Vila Mariana (zona
sul) há quase cinco anos.
Nesse período, conseguiu
que o aumento do aluguel não
superasse 10%. "Nunca atrasei
um pagamento. Também gosto
de manter o apartamento sempre em ordem, com a manutenção em dia", argumenta.
Mas ela também aposta em
outro diferencial: o bom relacionamento com o resto do
prédio. "Sinto-me bem-vinda
aqui", resume.
Comparação
O advogado Humberto Natal
Filho, da Comissão de Direito
Imobiliário da OAB-SP, sugere
também pesquisa de outros
imóveis nas imediações.
"Ao comparar dois locais similares e com aluguéis muito
diferentes, é possível perceber
qual dos lados deve ceder: se o
que paga muito pouco ou o que
cobra demais", exemplifica.
O engenheiro Carlos Eduardo Gomes, 42, passou por essa
situação. Morador do Paraíso
(zona sul) há oito anos, ele nunca negociava os reajustes no
seu contrato -sempre concordando com os aumentos.
No começo do ano, porém,
pesquisou preços de aluguel na
vizinhança. Então, percebeu
que seu contrato mensal era
quase 25% mais caro do que outros parecidos.
Com bons argumentos, Gomes conseguiu baixar 20% do
aluguel. "Conversei que, se não
houvesse um desconto significativo, eu sairia do imóvel. Sou
bom pagador, converso com todo mundo aqui do prédio. Isso
com certeza pesou", afirma.
Há quem perceba que é o momento de deixar a locação e
partir para a aquisição.
Walter Leite, 37, gerente de
sistemas, resolveu, há cinco
anos, ser locador do imóvel em
que morava e do qual era dono.
"Como eu vivia me mudando,
era mais negócio eu também
morar de aluguel", afirma.
Hoje ele vai trilhar o caminho oposto. Cansado de conviver com as oscilações dos reajustes, busca uma nova casa própria. "Quero um apartamento de até dois dormitórios,
perto do metrô", aponta.
(MD)
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