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Ginástica arrítmica
Equipamento errado e falta de instrutor comprometem malhação nos condomínios
Renato Stockler/Folha Imagem
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Ivone de Oliveira (à esq.) e Flora Otani se exercitam na academia do prédio |
MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O figurino pode ser o mesmo:
roupa de ginástica e tênis. Mas
é no "aquecimento" que aparecem as diferenças entre fazer o
exercício físico em academia ou
na sala de ginástica do prédio.
Enquanto, na primeira, a
avaliação médica é obrigatória
e há professores para orientar
os alunos, na segunda os moradores podem praticar as atividades físicas sem orientação
profissional ou em equipamentos que não sejam apropriados.
Nesse caso, em vez de colherem os benefícios de uma vida
não-sedentária, podem prejudicar a saúde.
Para Patrícia
Totaro, especialista em arquitetura esportiva, a preocupação começa pela estrutura de fitness do
prédio: tipo de
piso, ventilação, iluminação e
quantidade de aparelhos para o
número de moradores.
Ela é autora do manual de infra-estrutura esportiva
(www.manuaisdeescopo.com.br) que deverá ser lançado em agosto pelo Secovi-SP
(sindicato do setor) e por outras entidades, com dicas de
adequação dos espaços.
Essa "ginástica" tem de começar já na hora da compra do
imóvel. O arquiteto Wilson
Marchi avisa que é importante
ler com atenção o memorial
descritivo para se assegurar de
que a sala de fitness será entregue conforme o anunciado.
A compradora de um imóvel
no Ipiranga (zona sul), que não
quis se identificar, conta que a
planta do prédio previa uma
sala de ginástica. Na entrega,
porém, embora a academia estivesse pronta, os equipamentos eram de má qualidade.
Além de arquitetos, profissionais de educação física também podem ajudar na montagem de uma boa academia.
O Conselho Regional de
Educação Física 1ª Região
(Cref1) do Rio de Janeiro fiscaliza, há dois meses, salas de ginástica de prédios do Rio.
Orientação
Segundo a diretora-executiva do Cref1, Ana Cristina Melo,
o objetivo é alertar sobre a importância de manter equipamentos em ordem e de ter um
profissional de educação física
que oriente as atividades.
"Sem instrutores, as pessoas
podem utilizar os equipamentos de maneira inadequada e
ter lesões", avisa.
Maria Flora Otani, 67, diz
que sentiu tontura ao descer
rápido da esteira do prédio.
"Esqueci que tem que diminuir
bem a velocidade da esteira antes de parar o exercício. Quase
caí", lembra a aposentada, que
diz ter aprendido "na prática" a
usar o aparelho.
A advogada Ana Paula Reis,
35, que malha no condomínio
sem orientação, diz que "um
professor por perto ajudaria a
melhorar" o seu rendimento.
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