São Paulo, domingo, 16 de maio de 2010

Próximo Texto | Índice

2-quartos da geração Y

Objeto de desejo do público jovem, apartamentos em áreas nobres chegam a custar R$ 1 milhão

Letícia Moreira/Folha Imagem
Maite Corregiari

EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS

Em 2009, os dois-dormitórios assumiram o posto de tipo de apartamento mais lançado na cidade de São Paulo -tendência também verificada nos primeiros meses deste ano, de acordo com números do Secovi-SP (sindicato do setor).
O mercado dessas unidades não é alimentado apenas por novos empreendimentos econômicos para a classe média em bairros mais periféricos.
Dados da empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel revelam um outro perfil de dois-quartos, localizado em áreas nobres da capital e que visa a um comprador de maior renda.
Bairros como Itaim Bibi (zona oeste) e Vila Nova Conceição (zona sul) recebem apartamentos de dois dormitórios com uma metragem que ultrapassa os 110 m2 privativos -e um preço que vai além de R$ 1 milhão (confira valores médios no quadro da pág. 4).
Seus compradores são classificados por Mirella Parpinelle, diretora de atendimento da imobiliária Lopes, como "jovens de até 30 anos, da geração Y, que ganham muito dinheiro e não precisam de grandes áreas [privativas]. Casam-se mais tarde e querem um produto [apartamento] de boa localização, com serviços "pay-per-use" [pagos se usados]".
E buscam morar "perto de suas relações de trabalho e de lazer, em zonas centrais mais caras, para ganhar mais tempo com a família", reforça Marcelo Dadian, diretor de regional paulistana da construtora Rossi. "São jovens casais ou famílias em formação", diz.
"O mercado viu isso, criando produtos modernos, apartamentos menores mas com uma bossa, uma arquitetura mais arrojada, serviços e lazer, localizados na Vila Olímpia [zona sul], no Brooklin, no Itaim e na Vila Leopoldina [zona oeste]."

De 20 a 28 anos
João Crestana, presidente do Secovi-SP, aponta o jovem como principal comprador do dois-dormitórios em todas as faixas de preço. "Predomina a faixa dos 20 aos 28 anos", cita.
"Os imóveis atingem um valor de metro quadrado de R$ 10 mil na região da [avenida Brigadeiro] Faria Lima [zona oeste] e na Vila Nova Conceição, onde executivos bem-sucedidos que querem morar sozinhos pagam R$ 500 mil por um dois-quartos."
Mas eles são minoria, ressalva Crestana. "Correspondem a 2% do mercado de compradores de unidades de dois dormitórios. A grande maioria é mesmo formada por famílias de classe média baixa, com uma renda familiar de R$ 2.000 a R$ 2.500 mensais e que adquirem unidades de valor reduzido em bairros da periferia."


Próximo Texto: 2-quartos da geração Y: Preço médio de dois-dormitórios subiu 50,5% desde 2008
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.