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JUSTIÇA
Construtora do ex-senador Luiz Estevão tem 164 processos em São Paulo
Calote do Grupo OK deixa comprador sem escritura
ALINE GATTONI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O Grupo OK, que tem como sócio-gerente o ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF), é acusado por
compradores de imóveis construídos pela empresa em São Paulo de usar material de má qualidade e de não entregar escrituras.
A organização está sendo processada judicialmente por irregularidades em construções no Rio
de Janeiro e em Brasília, e já responde a 164 processos no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Os moradores de pelo menos
dois condomínios do Brooklin
(zona sudoeste de São Paulo) não
receberam as escrituras.
Isso porque, para erguer um
edifício, as construtoras pedem
empréstimos e dão como garantia
os imóveis (hipoteca). Enquanto
não saldarem a dívida, os prédios,
mesmo pagos pelos compradores, continuam hipotecados.
O Grupo OK deve para o Itaú,
Unibanco e Bicbanco, que, caso
executem as hipotecas, podem tirar os imóveis dos compradores.
"O prédio da Sersan (empresa
do ex-deputado Sérgio Naya) caiu
porque o material empregado era
de segunda. Aqui, também percebe-se que o material não é de qualidade", diz o advogado do comprador de um dos empreendimentos do Brooklin, que pediu
para não ser identificado.
A administração de um dos
condomínios está contratando
um especialista para analisar a
construção, mas não permitiu
que um engenheiro convidado
pela Folha avaliasse a obra.
Para o advogado, isso poderia
marcar desvalorizar os imóveis.
A Justiça fixou uma multa diária
de R$ 1.000 para que a construtora pague o Bicbanco.
"O Grupo OK não paga ninguém", afirma o gerente jurídico
do Unibanco, Amauri Mansano.
O banco move processo de R$ 9
milhões contra a empresa.
"A construtora se desvalorizou,
eventualmente pode estar quebrada ou com rombo", afirma
Amauri Mansano.
Os bancos Itaú e Bicbanco não
quiseram se pronunciar a respeito
das dívidas do Grupo OK.
Outro lado
Procurado pela Folha, o senador cassado Luiz Estevão disse
que não tem mais nenhuma informação sobre o escritório da
empresa em São Paulo.
"Continuo sócio do Grupo OK,
mas estou afastado da empresa há
seis anos", afirmou Estevão.
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