São Paulo, domingo, 16 de julho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUSTIÇA
Construtora do ex-senador Luiz Estevão tem 164 processos em São Paulo
Calote do Grupo OK deixa comprador sem escritura

ALINE GATTONI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Grupo OK, que tem como sócio-gerente o ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF), é acusado por compradores de imóveis construídos pela empresa em São Paulo de usar material de má qualidade e de não entregar escrituras.
A organização está sendo processada judicialmente por irregularidades em construções no Rio de Janeiro e em Brasília, e já responde a 164 processos no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Os moradores de pelo menos dois condomínios do Brooklin (zona sudoeste de São Paulo) não receberam as escrituras.
Isso porque, para erguer um edifício, as construtoras pedem empréstimos e dão como garantia os imóveis (hipoteca). Enquanto não saldarem a dívida, os prédios, mesmo pagos pelos compradores, continuam hipotecados.
O Grupo OK deve para o Itaú, Unibanco e Bicbanco, que, caso executem as hipotecas, podem tirar os imóveis dos compradores.
"O prédio da Sersan (empresa do ex-deputado Sérgio Naya) caiu porque o material empregado era de segunda. Aqui, também percebe-se que o material não é de qualidade", diz o advogado do comprador de um dos empreendimentos do Brooklin, que pediu para não ser identificado.
A administração de um dos condomínios está contratando um especialista para analisar a construção, mas não permitiu que um engenheiro convidado pela Folha avaliasse a obra.
Para o advogado, isso poderia marcar desvalorizar os imóveis.
A Justiça fixou uma multa diária de R$ 1.000 para que a construtora pague o Bicbanco.
"O Grupo OK não paga ninguém", afirma o gerente jurídico do Unibanco, Amauri Mansano. O banco move processo de R$ 9 milhões contra a empresa.
"A construtora se desvalorizou, eventualmente pode estar quebrada ou com rombo", afirma Amauri Mansano.
Os bancos Itaú e Bicbanco não quiseram se pronunciar a respeito das dívidas do Grupo OK.

Outro lado
Procurado pela Folha, o senador cassado Luiz Estevão disse que não tem mais nenhuma informação sobre o escritório da empresa em São Paulo.
"Continuo sócio do Grupo OK, mas estou afastado da empresa há seis anos", afirmou Estevão.


Texto Anterior: Lançamento: Mato esconde lazer do Rio Pequeno
Próximo Texto: Professora quitou unidade há quatro anos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.