São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2008

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Casa nova antes dos 30

Faixa etária jovem é, atualmente, a que mais contrata financiamentos imobiliários

Leo Caobelli/Folha Imagem
Vanessa Petená, 26, que comprou um apartamento como investimento, diz que "é melhor do que aplicar no mercado financeiro"


EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS E CONSTRUÇÃO

O ditado "não deixe para fazer amanhã o que você pode fazer hoje" tem sido seguido por brasileiros que têm até 30 anos e que não querem esperar a meia-idade para ter o seu primeiro imóvel.
Afinal, essa faixa etária foi a que mais contratou planos de financiamento da casa própria em 2007 -36% do total- na Caixa Econômica Federal, segundo dados divulgados pelo banco. É uma tendência que surge ao longo desta década.
"Com as maiores facilidades de financiamento, os mais jovens vêem que pode ser melhor negócio pagar pela prestação do que pela locação", explica Feliciano Giachetta, sócio da FGi Negócios Imobiliários.
A própria CEF anunciou, na semana passada, taxas menores e prazos maiores para suas linhas de crédito com recursos da poupança.
Em pauta, para esses solteiros ou recém-casados, estão apartamentos de dois dormitórios próximos a estações de metrô, de acordo com Giachetta.
Ele exemplifica com um lançamento na rua Heitor Peixoto, no bairro da Aclimação (zona sul de São Paulo), onde dois-quartos de 64 m2 e R$ 240 mil foram vendidos para 19 pessoas solteiras -oito homens e 11 mulheres-, contra 14 casais.
Na Vila Mariana (zona sul), outro de mesmo perfil (59 m2, R$ 250 mil) distribuiu as chaves das 38 unidades entre 23 solteiros e 15 casais.
Bancos privados também têm percebido o rejuvenescimento de seu público de crédito da casa própria e até já estudam condições especiais para essa faixa.

Investimento
"A renda inicial exigida ficou menor, os juros caíram, os prazos foram alongados", pontua Emilio Vieira, 41, superintendente comercial do Banco Real.
"Notamos um aumento da demanda de quem está se casando ou jovens casais que querem sair do aluguel e usam uma pequena poupança para dar entrada na compra", diz.
Há inclusive os mais precavidos, que, à altura de seus 20 anos, já enxergam no imóvel uma alternativa de investimento, caso da microempresária Vanessa Petená, 26.
Ela ainda mora com os pais e comprou há dois meses um apartamento na planta, que será entregue em 2010. "Acho melhor que aplicações financeiras", crava. E já planeja substituí-lo por outro antes mesmo de estar pronto: "Se puder, trocarei logo por um melhor".


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