São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2004

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NA PLANTA

Incorporadoras preparam reajustes de até 13% no preço de novos imóveis; aumento começa nos de alto padrão

Alta de materiais encarece lançamentos

Fernando Moraes/Folha Imagem
Na euforia de fechar negócio, Marli Catai não pensou nos reajustes das prestações, cujo valor quintuplicou


NATHALIA BARBOZA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A alta dos preços de materiais de construção acumulada no ano pode jogar areia nos planos de quem vai comprar um imóvel. De janeiro a setembro, o CUB (Custo Unitário Básico) subiu 7,18%, e o INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), 8,22%, sobretudo porque os insumos ficaram, em média, 8,66% mais caros.
Os aumentos continuarão nos próximos meses, conforme prevê a última sondagem do Sinduscon-SP (sindicato das construtoras), causando reajustes de até 13% no preço de imóveis novos. A aposta de Roberto Gerab, 50, diretor da incorporadora Kallas, segunda no ranking do Prêmio Folha Qualidade Imobiliária 2004, é que isso ocorra em quatro meses.
Os materiais representam de 45% a 60% do custo de um empreendimento. As construtoras e as incorporadoras dizem que, até agora, seguraram a defasagem de comprar material e terreno mais caros sem repasse nos preços.
A construtora Tecnisa, sexta no ranking, diz que o descompasso entre gasto e preço final é de até 9%. "Para nós, é de cerca de 13%", afirma Cláudio Fernandes, 44, gerente de suprimentos da Rossi, líder no ranking de incorporadoras. Esses são os percentuais que devem ser repassados ao valor de novos imóveis. O primeiro impacto será nos de alto padrão, segundo Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP.
Já o repasse aos lançamentos para a classe média depende da melhora do nível de renda desse público, que "responde com retração", diz Alberto du Plessis, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato de empresas de compra, venda, locação e administração).


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