Tom Armstrong explica conceito de vizinhança em 20 minutos, de Portland, nos EUA

DE SÃO PAULO

Com uma população de 580 mil habitantes, a cidade norte-americana de Portland é exemplo de plano diretor voltado à sustentabilidade. Há quase 50 anos, o município tomou a decisão de parar de se expandir e adensar as zonas já povoadas.
A Folha entrevistou com exclusividade Tom Armstrong, analista de políticas do Departamento de Planejamento e Sustentabilidade de Portland, que vem a São Paulo para apresentar sua experiência na criação de áreas em que os moradores demoram apenas 20 minutos para se locomover até o trabalho ou a áreas de lazer. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Folha - Como nasceu o plano urbano da cidade?
Tom Armstrong - Nos anos 60, chegamos a um consenso político que apontava para um crescimento urbano mais denso. A principal razão para isso era preservar a área rural e portuária da cidade. Foi nessa época que demos início a nosso plano regional de urbanismo e focamos a revitalização do centro.

Como a indústria da construção civil reagiu?
A mudança de política urbana nunca acontece sem controvérsias. A população indicou que aquela era a direção que a cidade deveria seguir, assim conseguimos a colaboração das empresas. Hoje, imóveis verdes se tornaram mais atrativos e têm maior taxa de ocupação.

Como funcionam as vizinhanças de 20 minutos?
São áreas revitalizadas em que há um misto de imóveis residenciais, comerciais e serviços, para que a maior parte dos deslocamentos seja feita em 20 minutos.
Melhoramos o sistema de transporte, a qualidade das áreas de circulação -com calçadas disponíveis e ciclovias- e a segurança da região. Depois incentivamos a entrada de comércio. Com a [maior] qualidade da região, a população voltou a morar nesses setores da cidade.


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