São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2008

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ORÇAMENTO ÀS CLARAS

Olho vivo começa na assembléia

Análise prévia de balancetes dá munição a moradores para sugerir mudanças na reunião

DA REPORTAGEM LOCAL

O ano no condomínio começa com a assembléia geral ordinária, realizada geralmente no primeiro trimestre para discutir a aprovação das contas do ano velho e a previsão orçamentária para o novo.
Embora decida o reajuste da mensalidade, o quórum dessa reunião costuma ser baixo na maioria dos prédios.
"Os condôminos presentes costumam aprovar as contas às escuras e, para voltar atrás, só recorrendo à Justiça", afirma Rosely Schwartz, professora do curso de administração de condomínios da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas).
A dica para os condôminos é acompanhar as contas do prédio, comparando os balancetes que costumam vir junto com o boleto da mensalidade.
Assim, pode-se descobrir, por exemplo, se o fundo de reserva -destinado a gastos de emergência- tem sido usado para cobrir saldo negativo do caixa sem que tenha sido feita consulta aos condôminos, o que, segundo Schwartz, é uma prática comum.
"Ciente previamente da contabilidade do prédio, o condômino pode aproveitar a assembléia para esclarecer dúvidas e até sugerir cortes e melhorias", completa o advogado Manoel Maia, vice-presidente do Secovi-RJ (sindicato de administradoras e imobiliárias).
Caso seu prédio não ofereça esses balancetes, peça ao síndico para disponibilizá-los mensalmente por circular ou por e-mail para todos os moradores.
Para facilitar a compreensão dos condôminos, o síndico pode fazer gráficos comparativos dos últimos 12 meses e distribuí-los bem antes da reunião.
Uma boa previsão orçamentária para o ano vigente pode ter impacto positivo também sobre contas futuras.

Poupança
"É importante ressaltar que condomínios com um saldo de caixa positivo e que já recebem remuneração financeira sobre o montante aplicado poderão fazer um reajuste menor", afirma Abdon Gabriel de Souza Filho, da administradora Prop Starter.
É o caso do edifício Vista Monte Alegre, no Jabaquara (zona sul), onde a assembléia geral ordinária foi antecipada para dezembro, e o condomínio de janeiro já foi cobrado com um reajuste de 3% -os valores variam entre R$ 300 e R$ 370.
Segundo o síndico Carlos Teske, o reajuste abaixo da média foi possível devido ao saldo de cerca de R$ 40 mil.
"Esse dinheiro foi acumulado sem comprometer melhorias no prédio", afirma Teske.
Em 2007, foram instalados academia, circuito interno de TV e interfones digitais.
Para saber se a mensalidade no seu condomínio está na média, compare o valor com o de outros prédios -se tiver administradora, solicite uma comparação com outros condomínios de sua carteira.
"É importante que os prédios tenham o mesmo número de unidades e padrão similar", afirma Fernando Fornícola, diretor do Secovi-SP e da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo).
Também pode-se consultar o índice Ipevecon, da Aabic, no site www.aabic.org.br.
(DÉBORA FANTINI)


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