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ORÇAMENTO ÀS CLARAS
Olho vivo começa na assembléia
Análise prévia de balancetes dá munição a moradores para sugerir mudanças na reunião
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano no condomínio começa com a assembléia geral ordinária, realizada geralmente no
primeiro trimestre para discutir a aprovação das contas do
ano velho e a previsão orçamentária para o novo.
Embora decida o reajuste da
mensalidade, o quórum dessa
reunião costuma ser baixo na
maioria dos prédios.
"Os condôminos presentes
costumam aprovar as contas às
escuras e, para voltar atrás, só
recorrendo à Justiça", afirma
Rosely Schwartz, professora do
curso de administração de condomínios da FMU (Faculdades
Metropolitanas Unidas).
A dica para os condôminos é
acompanhar as contas do prédio, comparando os balancetes
que costumam vir junto com o
boleto da mensalidade.
Assim, pode-se descobrir,
por exemplo, se o fundo de reserva -destinado a gastos de
emergência- tem sido usado
para cobrir saldo negativo do
caixa sem que tenha sido feita
consulta aos condôminos, o
que, segundo Schwartz, é uma
prática comum.
"Ciente previamente da contabilidade do prédio, o condômino pode aproveitar a assembléia para esclarecer dúvidas e
até sugerir cortes e melhorias",
completa o advogado Manoel
Maia, vice-presidente do Secovi-RJ (sindicato de administradoras e imobiliárias).
Caso seu prédio não ofereça
esses balancetes, peça ao síndico para disponibilizá-los mensalmente por circular ou por e-mail para todos os moradores.
Para facilitar a compreensão
dos condôminos, o síndico pode fazer gráficos comparativos
dos últimos 12 meses e distribuí-los bem antes da reunião.
Uma boa previsão orçamentária para o ano vigente pode
ter impacto positivo também
sobre contas futuras.
Poupança
"É importante ressaltar que
condomínios com um saldo de
caixa positivo e que já recebem
remuneração financeira sobre
o montante aplicado poderão
fazer um reajuste menor", afirma Abdon Gabriel de Souza Filho, da administradora Prop
Starter.
É o caso do edifício Vista
Monte Alegre, no Jabaquara
(zona sul), onde a assembléia
geral ordinária foi antecipada
para dezembro, e o condomínio
de janeiro já foi cobrado com
um reajuste de 3% -os valores
variam entre R$ 300 e R$ 370.
Segundo o síndico Carlos
Teske, o reajuste abaixo da média foi possível devido ao saldo
de cerca de R$ 40 mil.
"Esse dinheiro foi acumulado sem comprometer melhorias no prédio", afirma Teske.
Em 2007, foram instalados
academia, circuito interno de
TV e interfones digitais.
Para saber se a mensalidade
no seu condomínio está na média, compare o valor com o de
outros prédios -se tiver administradora, solicite uma comparação com outros condomínios de sua carteira.
"É importante que os prédios
tenham o mesmo número de
unidades e padrão similar",
afirma Fernando Fornícola, diretor do Secovi-SP e da Aabic
(Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo).
Também pode-se consultar o
índice Ipevecon, da Aabic, no
site www.aabic.org.br.
(DÉBORA FANTINI)
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