São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2010

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Busca de renegociação deve ser imediata

Mais de dois meses sem pagamento podem levar o imóvel a leilão; mutuário deve procurar o banco antes disso

Recursos de FGTS ou de poupança constituem alternativa para saldar débito; empréstimo bancário é última opção

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Postergar o pagamento de um financiamento imobiliário é um mau negócio. Além de acumular parcelas com acréscimo de juros, o mutuário é cadastrado em entidades de proteção ao crédito e pode perder o imóvel se deixar de pagar as prestações por mais de dois meses.
Diferentemente de uma dívida por empréstimo, o banco nem sempre se interessa em negociar o débito, uma vez que pode leiloar o bem e recuperar o prejuízo.
A notificação do leilão é enviada com um prazo de 15 dias para a resposta do devedor. Se ele não tenta negociar, o bem é tomado.
Segundo Evaldo Alves, economista da FGV (Fundação Getulio Vargas), o mutuário que fica desempregado precisa renegociar o financiamento com o banco ou amortizar parte da dívida o mais rapidamente possível.
Para tanto, vale usar o dinheiro da poupança ou do FGTS. O empréstimo deve ser sempre a última opção. "A taxa de juros do financiamento é bem menor. Além disso, o mutuário pode encontrar um novo emprego e pagar as parcelas sozinho", diz Alves.
A gerente financeira Márcia Padilha, 45, financiou um imóvel com o marido em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) há dez anos.
Meses depois de fechar o contrato, ambos perderam seus empregos e ficaram sem condições de arcar com as parcelas de R$ 540 por mês.

INADIMPLÊNCIA
Para não acumular dívidas, venderam camisetas estampadas, renegociaram o financiamento e tomaram um empréstimo. "A situação se estabilizou quando consegui um emprego, mas fui demitida de novo depois de quatro anos e ainda descobri que estava grávida", conta. O casal teve de vender o imóvel.
Um sinal de que os problemas para quitar planos de crédito têm diminuído no país é a queda da inadimplência imobiliária, que se verifica desde o início da década. Em julho, ela alcançou o menor índice em dez anos.
Segundo o Banco Central e a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), 2,2% dos contratos estavam com mais de três parcelas em atraso até agosto deste ano, frente a 11,2% do verificado em dezembro de 2003. (PATRÍCIA BASILIO)


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