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Busca de renegociação deve ser imediata
Mais de dois meses sem pagamento podem levar o imóvel a leilão; mutuário deve procurar o banco antes disso
Recursos de FGTS ou de poupança constituem alternativa para saldar débito; empréstimo bancário é última opção
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Postergar o pagamento de
um financiamento imobiliário é um mau negócio. Além
de acumular parcelas com
acréscimo de juros, o mutuário é cadastrado em entidades de proteção ao crédito e
pode perder o imóvel se deixar de pagar as prestações
por mais de dois meses.
Diferentemente de uma
dívida por empréstimo, o
banco nem sempre se interessa em negociar o débito,
uma vez que pode leiloar o
bem e recuperar o prejuízo.
A notificação do leilão é
enviada com um prazo de 15
dias para a resposta do devedor. Se ele não tenta negociar, o bem é tomado.
Segundo Evaldo Alves,
economista da FGV (Fundação Getulio Vargas), o mutuário que fica desempregado precisa renegociar o financiamento com o banco
ou amortizar parte da dívida
o mais rapidamente possível.
Para tanto, vale usar o dinheiro da poupança ou do
FGTS. O empréstimo deve ser
sempre a última opção. "A taxa de juros do financiamento
é bem menor. Além disso, o
mutuário pode encontrar um
novo emprego e pagar as parcelas sozinho", diz Alves.
A gerente financeira Márcia Padilha, 45, financiou um
imóvel com o marido em São
Bernardo do Campo (Grande
São Paulo) há dez anos.
Meses depois de fechar o
contrato, ambos perderam
seus empregos e ficaram sem
condições de arcar com as
parcelas de R$ 540 por mês.
INADIMPLÊNCIA
Para não acumular dívidas, venderam camisetas estampadas, renegociaram o financiamento e tomaram um
empréstimo. "A situação se
estabilizou quando consegui
um emprego, mas fui demitida de novo depois de quatro
anos e ainda descobri que estava grávida", conta. O casal
teve de vender o imóvel.
Um sinal de que os problemas para quitar planos de
crédito têm diminuído no
país é a queda da inadimplência imobiliária, que se
verifica desde o início da década. Em julho, ela alcançou
o menor índice em dez anos.
Segundo o Banco Central e
a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança),
2,2% dos contratos estavam
com mais de três parcelas em
atraso até agosto deste ano,
frente a 11,2% do verificado
em dezembro de 2003.
(PATRÍCIA BASILIO)
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