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ARTIGO
Design para todos: desafio de um setor
CAROLINA SZABÓ
O decorador trabalha, fundamentalmente, para proporcionar
qualidade de vida.
O design racionaliza os espaços
para que as pessoas vivam melhor,
independentemente de sua situação financeira.
A idéia de uma atividade elitista e
fútil por muito tempo encobriu
uma das preocupações fundamentais da decoração, que é a de levar
conforto e beleza ao cotidiano.
Tornar a decoração acessível a
um número cada vez maior de
pessoas não é um processo inatingível. Pelo contrário, é o melhor
caminho para aproximar o cliente
do profissional.
Mostrando sua versatilidade e
capacidade imaginativa em diferentes tipos de projetos, o decorador deve sempre agir com competência e profissionalismo.
Seja utilizando o mais caro e sofisticado mármore, seja usando a
simplicidade e a economia da cerâmica básica, o que deve fazer um
bom profissional da área de decoração é adequar, por meio de cuidadosas pesquisas, os materiais
disponíveis no mercado aos desejos e ao poder aquisitivo de cada
cliente.
O objetivo primeiro do decorador deve ser o de sempre criar um
ambiente funcional e belo.
Conquistar a classe média é um
grande desafio para todos os profissionais, inclusive os das novas
gerações, que encontram um segmento crescendo continuamente.
Hoje, os decoradores movimentam cerca de R$ 2,4 bilhões por
ano, especificando produtos e serviços para ambientes residenciais
e comerciais.
Somente na cidade de São Paulo,
cerca de 2.500 lojas de decoração
especializadas já vendem 25% de
seus produtos por meio da ação de
um decorador.
Nas lojas mais sofisticadas, essa
proporção pode alcançar a significativa marca dos 90%.
Mas, infelizmente, é fácil constatar que a decoração planejada ainda é um privilégio de poucos.
Diante desse quadro, o que falta
para que conquistemos uma parcela maior do mercado?
Ampliar o universo de clientes é
ultrapassar alguns estereótipos.
Um deles é a impessoalidade do
ambiente criado pelo decorador.
É necessário mostrar que o projeto é feito em conjunto com o
cliente, e não apenas realizado pela imposição do estilo do profissional da decoração.
Outro fator importante para levar em consideração é o econômico. O trabalho do decorador não
pode encarecer o projeto.
Ao contrário. A assessoria do
profissional sério e competente
deve representar sempre uma redução direta e indireta dos gastos
por meio da compra de produtos
corretos, da utilização dos materiais de forma racionalizada e também do emprego de técnicas mais
avançadas.
Finalmente, o ponto mais importante: o verdadeiro decorador
é aquele capaz de compreender e
materializar o sonho de viver do
consumidor.
Cada cliente é uma oportunidade para o decorador se realizar por
meio de sua criatividade.
Para o cliente, o projeto é o fator
que agrega satisfação ao ato de
morar, trabalhar ou usufruir momentos de lazer.
Carolina Szabó, 58, decoradora, é presidente
da ABD (Associação Brasileira de Arquitetos de
Interiores e Decoradores).
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