São Paulo, domingo, 22 de junho de 1997.



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ARTIGO
Design para todos: desafio de um setor


CAROLINA SZABÓ
O decorador trabalha, fundamentalmente, para proporcionar qualidade de vida.
O design racionaliza os espaços para que as pessoas vivam melhor, independentemente de sua situação financeira.
A idéia de uma atividade elitista e fútil por muito tempo encobriu uma das preocupações fundamentais da decoração, que é a de levar conforto e beleza ao cotidiano.
Tornar a decoração acessível a um número cada vez maior de pessoas não é um processo inatingível. Pelo contrário, é o melhor caminho para aproximar o cliente do profissional.
Mostrando sua versatilidade e capacidade imaginativa em diferentes tipos de projetos, o decorador deve sempre agir com competência e profissionalismo.
Seja utilizando o mais caro e sofisticado mármore, seja usando a simplicidade e a economia da cerâmica básica, o que deve fazer um bom profissional da área de decoração é adequar, por meio de cuidadosas pesquisas, os materiais disponíveis no mercado aos desejos e ao poder aquisitivo de cada cliente.
O objetivo primeiro do decorador deve ser o de sempre criar um ambiente funcional e belo.
Conquistar a classe média é um grande desafio para todos os profissionais, inclusive os das novas gerações, que encontram um segmento crescendo continuamente.
Hoje, os decoradores movimentam cerca de R$ 2,4 bilhões por ano, especificando produtos e serviços para ambientes residenciais e comerciais.
Somente na cidade de São Paulo, cerca de 2.500 lojas de decoração especializadas já vendem 25% de seus produtos por meio da ação de um decorador.
Nas lojas mais sofisticadas, essa proporção pode alcançar a significativa marca dos 90%.
Mas, infelizmente, é fácil constatar que a decoração planejada ainda é um privilégio de poucos.
Diante desse quadro, o que falta para que conquistemos uma parcela maior do mercado?
Ampliar o universo de clientes é ultrapassar alguns estereótipos. Um deles é a impessoalidade do ambiente criado pelo decorador.
É necessário mostrar que o projeto é feito em conjunto com o cliente, e não apenas realizado pela imposição do estilo do profissional da decoração.
Outro fator importante para levar em consideração é o econômico. O trabalho do decorador não pode encarecer o projeto.
Ao contrário. A assessoria do profissional sério e competente deve representar sempre uma redução direta e indireta dos gastos por meio da compra de produtos corretos, da utilização dos materiais de forma racionalizada e também do emprego de técnicas mais avançadas.
Finalmente, o ponto mais importante: o verdadeiro decorador é aquele capaz de compreender e materializar o sonho de viver do consumidor.
Cada cliente é uma oportunidade para o decorador se realizar por meio de sua criatividade.
Para o cliente, o projeto é o fator que agrega satisfação ao ato de morar, trabalhar ou usufruir momentos de lazer.


Carolina Szabó, 58, decoradora, é presidente da ABD (Associação Brasileira de Arquitetos de Interiores e Decoradores).



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