São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002

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PLANO DIRETOR EM DEBATE

Moradores pedem mais zonas exclusivamente residenciais e melhorias para o tráfego

Saúde põe em xeque comércio, trânsito e torres residenciais

DA REPORTAGEM LOCAL E

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um oásis em meio ao deserto. É dessa forma que moradores do distrito da Saúde (zona sul) vêem a região. E querem conservá-la assim: para os planos regionais, a ordem é pôr em xeque as zonas não-residenciais, o trânsito e a verticalização crescentes.
Com a esperada aprovação na Câmara do Plano Diretor, sancionado no último dia 13 pela prefeita Marta Suplicy (PT), associações de moradores começam a se movimentar para os debates dos planos locais. As diretrizes traçadas pelo documento devem ser agora detalhadas por meio de discussões nas subprefeituras, a serem concluídas em abril de 2003.
No distrito da Saúde, onde estão bairros como Bosque da Saúde, Mirandópolis e Planalto Paulista, uma das propostas mais polêmicas refere-se à transformação de parte do bairro Mirandópolis de Z18 (zona de transição) em ZER (zona exclusivamente residencial). "A intenção é restringir o comércio e a verticalização", justifica Edson da Silva, 30, da Sociedade Defenda Mirandópolis.
Outra reclamação fica por conta da intensificação do tráfego. Ruas residenciais estariam se tornando vias de passagem mesmo sem suportar um grande fluxo. "Há muitas pessoas idosas, e sua segurança fica comprometida. Vamos rever a forma como o tráfego acontece atualmente", explica Silva.
A limpeza da região também foi lembrada. O projeto Ecoponto vai propor a definição de um único local para o depósito de entulhos. "Queremos ainda implantar a coleta seletiva", diz Francisco Rodrigues, 46, morador do distrito.
A Sapp (Sociedade Amigos do Planalto Paulista) também se envolve na reurbanização. Sua grande preocupação é o zoneamento. "Fizemos uma pesquisa entre os moradores, e 84% deles querem a predominância de ZER", declara Christina Carneiro, 53, presidente da Sapp. "Vamos lutar contra a proposta de mudança de um trecho para zona mista."
José Romeu Ferraz Neto, 44, vice-presidente do Sinduscon-SP (sindicato das construtoras), diz não acreditar que adequações do zoneamento provocarão grandes mudanças para o setor. "Devem ser adensadas as áreas com infra-estrutura para tanto", defende.
(CÁSSIO AOQUI E EDSON VALENTE)


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