DA REPORTAGEM LOCAL

Moradora há mais de meio século em Perdizes, a aposentada Carolina Teixeira, 75, sentiu de perto os reflexos causados pelo Plano Diretor, antes mesmo de sua aprovação final na Câmara.
"Entre uma casa e outra, já vivo no bairro desde 1949, e nunca vi prédios serem construídos tão rapidamente, da noite para o dia, como nos meses que antecederam o Plano Diretor", conta.
A corrida imobiliária teria sido causada pelo temor das incorporadoras em relação aos embargos à construção de prédios inicialmente previstos no plano.
A situação, segundo a aposentada, vem causando outros desconfortos, como tráfego cada vez mais intenso de veículos. "Tenho muitas dificuldades de atravessar a rua, pois muitos motoristas não respeitam a sinalização", reclama.
Outro aspecto criticado por Carolina é a falta de estrutura da prefeitura para cumprir as mudanças propostas no plano. "Por exemplo, fala-se em aumentar as áreas verdes, o que seria ótimo, na teoria. Mas aqui no bairro, sem fiscalização e poda frequentes, as ruas escuras tornaram-se inseguras."
Decidida a participar das discussões dos planos regionais, a aposentada já tem sua posição: "Em vez de favorecer novos empreendimentos, deveriam assegurar a antiga qualidade de vida".