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Mercado em alta reduz impacto de reforma
Forte demanda aproxima preços do usado malcuidado e do conservado
Itens de acabamento, como armários, revestimentos e louças sanitárias, contam pontos na negociação
DE SÃO PAULO
Entre os fatores que contribuem para a individualização do preço do imóvel usado, estão o estado de conservação, o padrão de acabamento e os equipamentos
das áreas comuns.
Quem vai vender um usado precisa dimensionar o
custo-benefício de reformá-lo para elevar seu valor.
"Em um mercado muito
aquecido como o atual, por
mais que a unidade esteja
"detonada", seu valor não será muito diferente do de uma
bem conservada", opina
Marcelo Lara, CEO da Marcelo Lara Negócios Imobiliários. "Com a demanda alta,
os proprietários não abaixam
[os preços]", justifica.
"Se um usado em bom estado custa R$ 300 mil, o em
más condições sai por R$ 20
mil ou R$ 30 mil a menos."
Em casos pontuais, o lucro
pode justificar o desembolso.
"Em Higienópolis [centro de
São Paulo], é comum imóveis
dobrarem de valor depois de
uma reforma", assinala Celso Amaral, da Geoimovel.
Nelson Nór, do Ibape-SP,
observa que "o ganho costuma ser maior que o investimento, desde que o imóvel
seja funcional". "Se é muito
antigo, pode não valer a pena
por pedir uma transformação
maior, caso de uma moradia
sem suíte ou de instalações
elétricas que não atendem às
necessidades atuais", frisa.
Em relação a espaços de
lazer, imóveis mais novos levam vantagem. "Itens como
sala gourmet no condomínio
valorizam o empreendimento", menciona Emanuela Veneri Leme, diretora da Arbimóvel Consultoria para o
Mercado Imobiliário.
Na avaliação por comparação, João da Rocha Lima, da
Poli-USP, destaca o "nível de
detalhe mais fino", como a
existência de armários e seu
estado de conservação.
"Se estão destruídos, o
imóvel de R$ 200 mil pode
ser negociado por R$ 180
mil", exemplifica. A qualidade de revestimentos e de metais sanitários também é um
diferencial.
(EDSON VALENTE)
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