São Paulo, domingo, 24 de janeiro de 1999

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445 ANOS
Confira os imóveis disponíveis
Saiba quanto custa morar numa 'grife'

Greg Sallibian/Folha Imagem
CASARÃO DA FAU Em estilo art nouveau, foi erguido pelo seuco Carlos Ekman em 1902 para a família do conde Álvares Penteado


da Reportagem Local

Morar no edifício Louveira, em Higienópolis, região central de São Paulo, é sinônimo de conquista pessoal para a síndica Elza Garcia Mendonça d'Horta, 57.
"Conhecia o prédio e sempre quis morar aqui. Quando tive oportunidade, não hesitei."
Essa admiração não é por acaso. O arquiteto Vilanova Artigas era companheiro de partido, o antigo PCB, de seu pai.
Os dois, "que tinham a mesma religião", como define Elza, ao se referir à esquerda, se tornaram amigos. Como andavam juntos, Artigas acabou projetando algumas casas para a família. Uma delas para o pai de Elza, onde ela viveu parte de sua infância.
"E ele sempre teve essa mania de rampas", brinca a síndica, ao se referir às existentes na entrada do edifício onde mora.
Mas não é só a estética de Artigas que a agrada. "É muito grande a diferença entre morar em um prédio projetado por um bom arquiteto e em um comum", acrescenta.

Sonhos
Outras pessoas podem, como Elza, realizar o sonho de viver em um edifício assinado por um arquiteto que, por meio de sua obra, conta parte da história da cidade.
As opções e os preços variam muito. O valor está diretamente relacionado à localização e ao padrão do imóvel -leia-se tamanho.
O Louveira, por exemplo, teve sua construção bancada por investidores interessados em um prédio voltado para a locação.
Hoje, quem mora lá paga em torno de R$ 1.200 de aluguel. O último apartamento vendido, segundo Elza, custou R$ 200 mil. Os imóveis têm em torno de 140 m2.
A justificativa para o preço parece simples: o prédio está localizado no centro de um dos bairros nobres da cidade.
Já no Copan, região central, que possui 1.160 unidades, há 226 apartamentos vagos.
O preço dos imóveis, que têm metragem de 27 m2 a 194 m2, varia de R$ 22 mil a R$ 130 mil. O aluguel vai de R$ 300 a R$ 1.200.

Mais em conta
Outra opção para bolsos mais modestos é o edifício Ester, projetado por Álvaro Vital Brasil, também na região central.
Ao todo, são oito imóveis vagos. Três são conjuntos de escritórios, de aproximadamente 30 m2, cujo aluguel gira em torno de R$ 400.
Os demais são apartamentos que podem ser comprados ou alugados. O preço de compra varia de R$ 38 mil a R$ 60 mil, de acordo com a quantidade de dormitórios -de um a três. O valor do aluguel oscila entre R$ 600 e R$ 850.
O apartamento 101 do edifício Guaimbê, na rua Haddock Lobo (zona sudoeste), projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, também acaba de ser desocupado.
Os interessados na locação terão que desembolsar em torno de R$ 2.500 por mês.
O prédio de 12 andares, com um apartamento por andar, é todo em concreto aparente.



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