São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2008

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Superocupados

Área disponível de escritórios de alto padrão na cidade é a menor desde 2001; preços sobem na Faria Lima e na Vila Olímpia

Marcelo Justo/Folha Imagem
Os mais de 22 mil ˛ do JK 1455 foram locados no lançamento, em maio

CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado imobiliário de escritórios de alto padrão da cidade de São Paulo fechou o segundo trimestre do ano com a menor área disponível para locação desde 2001.
O dado é da consultoria Jones Lang LaSalle, que contabilizou média de vacância de 7% no período. No primeiro trimestre, a taxa era de 9,93%.
O ideal, dizem os especialistas, é que a taxa de vacância se estabilize em 10%, para não inflacionar os preços e permitir mobilidade às empresas.
O cenário de diminuição de espaços vagos é confirmado por outras empresas que estudam o mercado. Na pesquisa da CB Richard Ellis, a taxa média de vacância de escritórios de alto padrão é ainda menor: 5,8% -em 2006, chegava a 12,7%.
Nos Jardins, a taxa atingiu 2,4%, a menor da cidade. Em 2006, o índice ali era de 9%.
Para os consultores, o baixo número de lançamentos nas regiões mais visadas -como a da avenida Brigadeiro Faria Lima- foi motivo para a alta de preços na locação de escritórios nos últimos dois anos.
"A demanda reprimida cria a necessidade de locar novas áreas em poucas regiões", afirma André Strumpf, gerente de escritórios da consultoria Colliers International.
Prédios entregues e completamente vendidos ou locados em tempo recorde são correntes. Strumpf aponta a prática da pré-locação -reserva antes da entrega das chaves.
Com o preço mais caro da cidade, o metro quadrado chega a ser locado na Faria Lima por R$ 120, nos melhores edifícios. Em 2006, a média da região era de R$ 70, e, em 2007, de R$ 85.

Novos horizontes


Nesse cenário de aquecimento, empreendimentos com lajes acima de 800 m 2 surgem no entorno da avenida Roque Petroni Jr., no eixo sul da marginal Pinheiros e na Vila Leopoldina.
"Na região da marginal Pinheiros, do Morumbi até Pinheiros, ainda tem muito espaço para crescer", observa Lilian Feng, gerente de pesquisa da Jones Lang LaSalle.
Se a economia brasileira atrai estrangeiros, o aquecimento do mercado imobiliário já não depende de multinacionais e tem perfil heterogêneo.
Empresas que ocupavam escritórios antigos em lugares afastados buscam locais centrais e escritórios novos, lembra Dani Ajbeszyc, diretor financeiro da CCP (Cyrela Comercial Properties).
A expectativa é que o quase 1,5 milhão de m2 de espaços coorporativos a ser entregue nos próximos quatro anos e em projeto seja absorvido.


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