São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2010

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Gestão sem administradora pede especialização dos condôminos

Síndico e conselho passam a gerir questões trabalhistas, previdenciárias, tributárias e fiscais

Uma solução é contratar um assessor financeiro ou contábil para ajudar com os cálculos, mas ele terá de ser remunerado

EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS
ADRIANA ABREU
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para reduzir as contas do condomínio, alguns síndicos consideram a ideia de gerenciá-lo sem a ajuda de uma administradora, que abocanha de 5% a 7% do orçamento.
Antes de dispensá-la, porém, é preciso pesar se síndico e moradores darão conta das tarefas que herdarão.
Márcio Rachkorsky, advogado e presidente da Assosíndicos (associação dos síndicos paulistanos), diz que, na autogestão, são comuns erros que custam mais que a administradora, como encargos trabalhistas não pagos.
Quem não tem conhecimentos de finanças dificilmente poderá assumir o trabalho, que inclui obrigações legais, cíveis, trabalhistas, previdenciárias, tributárias e fiscais -como assinar contratos e gerenciar mão de obra-, pondera Alexandre Marques, advogado especializado em condomínios.
Uma saída é pedir a ajuda de moradores familiarizados com práticas administrativas e contábeis. Margarete Barboza, 49, já fez curso de síndico profissional na Assosíndicos (www.assosindicos. org.br) e é assistente administrativa de seu prédio.
"A inadimplência de 20% é nosso maior problema. Cobro os moradores [de 312 unidades] pessoalmente."
Sem a administradora, é o síndico que arca, sozinho, com responsabilidades cíveis e criminais, como quando há um acidente no elevador por falta de manutenção.

RESPONSÁVEL
"Uma conta não paga ou um imposto não declarado pode gerar grandes dores de cabeça, como o pagamento de multas", menciona Angélica Arbex, gerente de marketing da Lello Condomínios.
O síndico que opta pela autogestão deve dividir com todos os moradores essas responsabilidades, deixando isso claro em um contrato, indica Rosely Schwartz, professora do curso de administração de condomínios da EPD (Escola Paulista de Direito).
Outra dica é contratar serviços de profissionais. "Mas o condomínio tem documentos específicos e está distante da especialização de um contador", adverte Ana Paula Pellegrino, diretora da administradora Adbens.
A síndica Ana Paula Forcione, 40, empregou um assistente contábil (R$ 510 mensais) quando dispensou a administradora (R$ 880).


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