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São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2003

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PLANO DIRETOR EM DEBATE

Morador do distrito tenta se proteger das cheias e de desvalorização de 25% nos imóveis

Casa em Aricanduva tem até comportas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ao primeiro sinal de chuva, os moradores de bairros próximos ao córrego Aricanduva, zona leste, ficam atentos. Uma tempestade na sua nascente é o suficiente para fazê-lo transbordar.
O problema das enchentes afeta também o mercado de imóveis no distrito. De acordo com Eric Lodi, proprietário da Messias Imóveis, as vendas e as locações caem, em média, 25% durante a época das chuvas, que compreende os meses de outubro a março.
Por esse motivo, encontrar uma solução para as enchentes constantes que atingem o distrito Aricanduva se tornou a principal polêmica do Plano Diretor Regional.
"Moro num sobrado. Mas quase não colocamos móveis na parte de baixo, só o essencial. No corredor há uma chapa de ferro, que usamos como comporta. Quando começa a chover, saímos de casa com medo", conta Janaína Costa Batista, 35, que mora em uma travessa da avenida Aricanduva, principal ponto de alagamento.
Conter as enchentes não é uma tarefa muito fácil. Para o urbanista Leandro Reis, 41, é preciso tratar o rio em toda a sua extensão.
"Canalização e piscinões nem sempre são suficientes para conter o avanço das águas, mas diminuem o prejuízo", afirma.
Segundo o subprefeito de Aricanduva, Eduardo Uyeta, além do alargamento da margem do córrego, oito piscinões já foram feitos em toda a sua extensão (seis em São Mateus, um em Itaquera e outro na Penha), o que ajuda a conter o fluxo de água. "Além desses, mais dois estão programados para a região de Aricanduva", diz.

Parque linear
A Prefeitura de São Paulo prevê ainda um parque linear, com obras de enchentes, urbanização e transformação da av. Aricanduva. O objetivo é garantir o aumento de áreas permeáveis.
Um levantamento realizado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (Daee), para o Plano Diretor de Macrodrenagem na Bacia do Rio Aricanduva, mostra que, de 1995 a 2000, as áreas livres na sua extensão diminuíram de 24 km2 para 12 km2.(MONICA FAVERO)


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