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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Morador do distrito tenta se proteger das cheias e de desvalorização de 25% nos imóveis
Casa em Aricanduva tem até comportas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Ao primeiro sinal de chuva, os
moradores de bairros próximos
ao córrego Aricanduva, zona leste, ficam atentos. Uma tempestade na sua nascente é o suficiente
para fazê-lo transbordar.
O problema das enchentes afeta
também o mercado de imóveis no
distrito. De acordo com Eric Lodi,
proprietário da Messias Imóveis,
as vendas e as locações caem, em
média, 25% durante a época das
chuvas, que compreende os meses de outubro a março.
Por esse motivo, encontrar uma
solução para as enchentes constantes que atingem o distrito Aricanduva se tornou a principal polêmica do Plano Diretor Regional.
"Moro num sobrado. Mas quase não colocamos móveis na parte
de baixo, só o essencial. No corredor há uma chapa de ferro, que
usamos como comporta. Quando
começa a chover, saímos de casa
com medo", conta Janaína Costa
Batista, 35, que mora em uma travessa da avenida Aricanduva,
principal ponto de alagamento.
Conter as enchentes não é uma
tarefa muito fácil. Para o urbanista Leandro Reis, 41, é preciso tratar o rio em toda a sua extensão.
"Canalização e piscinões nem
sempre são suficientes para conter o avanço das águas, mas diminuem o prejuízo", afirma.
Segundo o subprefeito de Aricanduva, Eduardo Uyeta, além do
alargamento da margem do córrego, oito piscinões já foram feitos
em toda a sua extensão (seis em
São Mateus, um em Itaquera e outro na Penha), o que ajuda a conter o fluxo de água. "Além desses,
mais dois estão programados para a região de Aricanduva", diz.
Parque linear
A Prefeitura de São Paulo prevê
ainda um parque linear, com
obras de enchentes, urbanização e
transformação da av. Aricanduva.
O objetivo é garantir o aumento
de áreas permeáveis.
Um levantamento realizado pelo Departamento de Águas e
Energia Elétrica de São Paulo
(Daee), para o Plano Diretor de
Macrodrenagem na Bacia do Rio
Aricanduva, mostra que, de 1995
a 2000, as áreas livres na sua extensão diminuíram de 24 km2 para 12 km2.(MONICA FAVERO)
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