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ANÁLISE
Valor a ser investido não deve passar de 50% do patrimônio
FABIANO CALIL
ESPECIAL PARA A FOLHA
Nós, brasileiros, aprendemos, no período inflacionário, que investimentos deveriam ser feitos de tijolos.
Mas, com a evolução do
mercado financeiro e as altas
taxas de juros, o imóvel foi
colocado em xeque.
E agora, é um investimento recomendado? Com certeza, desde que o valor investido não represente mais que
50% do patrimônio familiar.
Para um jovem, locar um
imóvel pode não ser a melhor
opção. Mas a ideia de comprar um bem, em busca de
valorização, pode ser interessante. O jovem tem tempo
para se arriscar e não precisa
da renda segura.
Já para um aposentado,
que precisa de renda complementar, receber aluguéis e
ainda ter um patrimônio a
deixar para a família pode ser
a melhor opção.
Há sempre que se lembrar,
porém, que o mercado imobiliário apresenta riscos. Além
da concentração de renda, o
proprietário pode sofrer com
a falta de liquidez, a inadimplência e a vacância.
Temos de lembrar também
dos impostos. Uma família
que possua um imóvel e receba uma renda acima de
R$ 3.000 deve pagar aproximadamente 27,5% de Imposto de Renda sobre os aluguéis recebidos. No caso das
ações, não existe essa cobrança sobre dividendos.
Estou defendendo o investimento em ações? Não, apenas desmistificando os riscos
envolvidos em cada ativo.
Perguntam, "posso pegar
um financiamento e pagá-lo
com o valor do aluguel?"
Se, no momento de uma
possível inadimplência, sua
renda mensal permitir assumir o valor da parcela do financiamento, mais o condomínio e o IPTU, diria que pode ser uma alternativa. Caso
contrário, não.
Deve-se vender um imóvel
para aproveitar a valorização? Esse não é um costume
brasileiro, mas quem quer
ganhar na valorização deve
determinar um objetivo para
o investimento antes de entrar nele. Se a expectativa é
de dobrar o valor em dois
anos, quando atingir essa cota, deve-se vendê-lo.
Caso contrário, a ganância
pode fazê-lo segurar o imóvel
e ele pode cair de preço. Não
é esse o cenário que vemos,
mas antes da crise também
achávamos que as ações só
subiriam.
FABIANO CALIL é economista e conselheiro
patrimonial familiar com certificação CFP
(Certified Financial Planner).
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