São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ANÁLISE

Valor a ser investido não deve passar de 50% do patrimônio

FABIANO CALIL
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nós, brasileiros, aprendemos, no período inflacionário, que investimentos deveriam ser feitos de tijolos.
Mas, com a evolução do mercado financeiro e as altas taxas de juros, o imóvel foi colocado em xeque.
E agora, é um investimento recomendado? Com certeza, desde que o valor investido não represente mais que 50% do patrimônio familiar.
Para um jovem, locar um imóvel pode não ser a melhor opção. Mas a ideia de comprar um bem, em busca de valorização, pode ser interessante. O jovem tem tempo para se arriscar e não precisa da renda segura.
Já para um aposentado, que precisa de renda complementar, receber aluguéis e ainda ter um patrimônio a deixar para a família pode ser a melhor opção.
Há sempre que se lembrar, porém, que o mercado imobiliário apresenta riscos. Além da concentração de renda, o proprietário pode sofrer com a falta de liquidez, a inadimplência e a vacância.
Temos de lembrar também dos impostos. Uma família que possua um imóvel e receba uma renda acima de R$ 3.000 deve pagar aproximadamente 27,5% de Imposto de Renda sobre os aluguéis recebidos. No caso das ações, não existe essa cobrança sobre dividendos.
Estou defendendo o investimento em ações? Não, apenas desmistificando os riscos envolvidos em cada ativo.
Perguntam, "posso pegar um financiamento e pagá-lo com o valor do aluguel?"
Se, no momento de uma possível inadimplência, sua renda mensal permitir assumir o valor da parcela do financiamento, mais o condomínio e o IPTU, diria que pode ser uma alternativa. Caso contrário, não.
Deve-se vender um imóvel para aproveitar a valorização? Esse não é um costume brasileiro, mas quem quer ganhar na valorização deve determinar um objetivo para o investimento antes de entrar nele. Se a expectativa é de dobrar o valor em dois anos, quando atingir essa cota, deve-se vendê-lo.
Caso contrário, a ganância pode fazê-lo segurar o imóvel e ele pode cair de preço. Não é esse o cenário que vemos, mas antes da crise também achávamos que as ações só subiriam.


FABIANO CALIL é economista e conselheiro patrimonial familiar com certificação CFP (Certified Financial Planner).


Texto Anterior: Perfil do investidor
Próximo Texto: Passo a passo da compra
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.