São Paulo, domingo, 28 de março de 2010 |
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Comprador de promessas
Imóvel na planta pode revelar defeitos quando pronto, como pouca incidência de sol
EDSON VALENTE EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS Comprar um imóvel na planta se assemelha a um encontro às cegas. Alguém -no caso, o corretor- venderá a imagem de um produto que, embora retratado em maquetes, plantas e descritivos, poderá causar surpresas nem sempre agradáveis na hora do cara a cara. Para evitar frustrações, o pretendente deve se ater a detalhes que às vezes passam despercebidos em relação ao que parece ser o partido ideal. Eles dizem respeito a características do entorno do empreendimento -descobrir uma feira livre na porta de casa é um caso clássico-, incômodos causados pela posição da unidade -quando bate pouco sol nos ambientes- e tipos de acabamento e de equipamento utilizados na construção. Sobre conforto térmico, Walter Maffei, arquiteto e professor de projeto e gerenciamento de obras da faculdade de engenharia civil da Universidade São Judas Tadeu, é categórico: a pior face é a sudeste. "O apartamento voltado para ela na cidade de São Paulo sofre com os efeitos de frentes frias", explica. "E não bate sol, o que também ocorre na face sul. A umidade é muito grande." Curiosamente, lembra Maffei, muitas vezes esses imóveis são os de frente para a rua, mais valorizados e mais procurados que os de fundo. Para se orientar no local do futuro empreendimento antes de fechar negócio, não é necessário levar uma bússola. Maffei dá a dica: "Nos guias de ruas, a parte superior do mapa é o norte", diz. "Em uma rua no sentido leste-oeste, se o terreno fica do lado de cima da via, os apartamentos virados para ela são os de face sul." Especialmente em relação aos quartos, a arquiteta Ana Claudia Pastina sugere que eles se abram para o norte. "São os cômodos que mais têm armários, sujeitos ao mofo, e que ficam a maior parte do tempo fechados", afirma. Vistas panorâmicas também podem ser eternas apenas enquanto duram. "É recomendável descobrir se existe a previsão de construção de algum empreendimento ao redor do imóvel", ensina a arquiteta Moema Wertheimer, diretora da MW Arquitetura. Promessas Descartar esse encontro às cegas é bem mais fácil do que contornar as desavenças em uma relação tão duradoura quanto a firmada com o imóvel que foi adquirido. Nesse casamento, promessas verbais não costumam valer muito. "A melhor forma de evitar mal-entendidos é fazer perguntas por escrito", aconselha Octavio Galvão Neto, coordenador da câmara de avaliação do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo). "Pode ser enviando um e-mail para o corretor. Se ele não quiser colocar [as respostas] no papel, já será um mau sinal." Uma maneira de se certificar do que será entregue é analisar o memorial descritivo do bem. Próximo Texto: Comprador de promessas: Memorial descritivo é base para reclamações Índice |
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