São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2008

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Tragédia familiar fez Castelinho virar lenda no centro de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Esculturas da cidade ainda carregam coletes salva-vidas exigindo atenção -trata-se de instalações do artista plástico Eduardo Srur. Mas não são os únicos monumentos paulistanos legados ao esquecimento.
Na esquina com a avenida São João, na rua Apa, 236, fica um castelinho. Construído em 1912, sua história faz parte das lendas urbanas da cidade.
No dia 13 de maio de 1937, Maria Cândida Guimarães dos Reis e seus dois filhos, Armando César dos Reis e Álvaro dos Reis, foram encontrados mortos a tiros. Supõe-se que um dos irmãos tenha tentado matar o outro e atingido a mãe, que interviera. Percebendo tê-la atingido, teria se suicidado.
Após a tragédia, o bem ficou sem herdeiros e foi passado à União. Hoje é de propriedade do Ministério da Economia.
Tombado desde 2004, atualmente abriga o Clube das Mães do Brasil, que não tem condições de restaurar o edifício que por décadas ficou abandonado pelo governo federal.
"Imóveis abandonados que acabam em ruínas geralmente ou são parte de espólio [patrimônio a ser partilhado entre herdeiros] ou são bens públicos", comenta Jorge Rubies, presidente da Preserva SP.
Há pouco mais de um mês, a associação teve uma vitória na luta pela preservação do Castelinho: após uma ação civil pública, a União deve elaborar projeto estrutural e eliminar o risco de desabamento do imóvel, além de fazer um projeto de restauração e conservação.
A ação tramita na 11ª Vara Cível Federal e no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. (CC)


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