São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2006

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Casa no bolso

Incorporadoras apostam em lançamento na faixa de R$ 100 mil; comprador tem renda mensal de R$ 4.000 e não paga à vista

GIOVANNY GEROLLA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem quer comprar um imóvel na faixa dos R$ 100 mil não precisa se restringir aos usados, desde que não se importe de morar em bairros mais distantes da região central.
Desde 2002, São Paulo teve 415 lançamentos imobiliários de "valor módico" -apartamentos de vários tamanhos (veja quadro) com preços a partir de R$ 52 mil, segundo estudo da Amaral d'Avila Engenharia de Avaliações para a Folha.
Mas a maioria fica em bairros periféricos (leia à pág. 2). "A tendência é que essa oferta cresça, pois a demanda é real", diagnostica Rafael Rossi, 27, gerente de marketing institucional da Rossi Residencial.
Se, na "linha de produção", os incorporadores têm se preocupado mais com faixas de preços menores, na outra ponta, os bancos oferecem taxas menores para imóveis mais baratos.
"Quem comprova renda de R$ 3.901 pode financiar R$ 100 mil em 240 meses, com taxa de juros anuais de 10,16% mais TR", afirma Luiz Carlos Previlato, gerente regional da CEF (Caixa Econômica Federal).
Os bancos privados acenam com 8% anuais e correção pela TR, quando o imóvel pretendido está na casa de R$ 40 mil a R$ 150 mil. Mas, do quarto ano do financiamento em diante, a taxa sobe para 11% ou 12%.
Uma vantagem para quem tem renda, mas não contracheque, são facilidades na aprovação de crédito. Podem-se comprovar ganhos, por exemplo, com movimentação bancária.

Classe média
O perfil de quem compra um imóvel de até R$ 130 mil "é o de uma classe média que ganha de R$ 3.000 a R$ 5.000 por mês e não tem dinheiro para pagar à vista", caracteriza Rossi.
Ele explica que seus clientes costumam financiar quase o valor integral do imóvel, utilizando o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).


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