São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 2002

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PLANO DIRETOR EM DEBATE

Há potencial imobiliário, mas é preciso lidar também com comércio, enchente e trânsito

Cursino vive dilema sobre crescimento

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Cursino é considerado por muitos arquitetos como uma das boas áreas de expansão na cidade de São Paulo. Mas, para tanto, será preciso uma reformulação na estrutura local, a partir do ataque a problemas como o das frequentes enchentes e o do trânsito.
Na opinião de Maximiliano Peregrina, 55, coordenador do Plano Diretor Regional da subprefeitura do Ipiranga (da qual o distrito do Cursino faz parte), a grande meta para a região é melhorar a qualidade de vida de sua população nos próximos dez anos.
Rumo a esse cenário, o Jardim da Saúde foi tombado pelo Patrimônio Histórico, em 27 de agosto. Mas nem todos comemoraram. Para Samir Khoury, 48, presidente da associação dos lojistas do bairro, o tombamento constitui uma moeda de duas faces. "De um lado, preserva a qualidade de vida. De outro, breca o progresso comercial."
O Jardim da Saúde constitui uma Z2. Sua mudança para zona estritamente residencial estava prevista no Plano Diretor, mas foi vetada de última hora pela prefeitura. Nesse impasse reside a batalha da sociedade de bairro local.
"Há restrições contratuais de uso comercial para muitos imóveis", diz Heitor Tommazini, 39, presidente da Associação dos Moradores do Jardim da Saúde.
Rumo à av. Doutor Ricardo Jafet e às proximidades do shopping Plaza Sul, a preocupação fica por conta das águas pluviais. A região alaga quando chove. Uma solução para o problema seria permeabilizar o solo com a criação de áreas e corredores verdes.

Ilhados aos domingos
É o que não falta nas imediações do Zoológico de São Paulo, na av. Miguel Stéfano, no bairro da Água Funda, onde se caracteriza uma área de proteção ambiental.
Ali, junto com o trânsito próximo ao Jardim Botânico, na mesma avenida, os visitantes do zôo acabam provocando outro tipo de inundação nos finais de semana: a de carros. "Isso porque há inversão de mão em certas ruas", conta Izabel dos Ramos, 45, presidente da Sociedade Amigos da Água Funda. (EDSON VALENTE)


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