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CRISE 2
Segundo a associação dos revendedores, o preço do alumínio e do vidro aumentou 18,5% e 18%, respectivamente
Material de construção já registra alta
free-lance para a Folha
O aumento dos preços dos materiais de construção pode impulsionar os valores dos empreendimentos que vão ser lançados em São
Paulo neste ano.
A advertência é do presidente da
Anamaco (Associação Nacional
dos Comerciantes de Materiais de
Construção), Cláudio Elias Conz.
"As empresas vão ter de repassar
o aumento dos preços do material
de construção para os consumidores. E isso vai dar problema. Não
existe mágica", afirma.
De acordo com o empresário, os
contratos de fornecimento de material vão ter de ser revistos por
construtoras e comerciantes nos
próximos 15 dias.
A associação informa que, na última semana, vários materiais tiveram aumento. Os preços do alumínio e do vidro foram reajustados
em 18,5% e 18%, respectivamente.
'Made in Brazil'
A maior parte dos materiais usados pela construção civil é fabricada no Brasil, o que não impede os
fabricantes de especularem com a
desvalorização do real em relação
ao dólar, que na última semana
chegou a ser vendido a R$ 1,98.
"Se isso não for abuso, eu não sei
o que é", afirma Conz sobre a alta
dos preços do material brasileiro.
Segundo a Anamaco, a construção civil é responsável pela utilização de 12% do material produzido
no país. A maioria (72%) é usada
em reformas.
Mercado imobiliário
A alta de preços imposta pelos fabricantes não é bem-vinda pelo
mercado imobiliário, responsável
pela compra desses 12% do material de construção. "As construtoras não vão aceitar o aumento", diz
Ely Wertheim, vice-presidente do
Secovi-SP (sindicato das construtoras e imobiliárias).
Questionado sobre a possibilidade de especulação no preço da matéria-prima, ele diz: "Todo mundo
vai tentar aumentar seus preços,
mas não vai conseguir. Não é hora
de ganhar fazendo isso".
Na opinião do presidente do Sinduscon-SP (sindicato das construtoras), Sérgio Porto, os preços dos
imóveis em São Paulo já "estão altos, quase inviáveis".
"Somos construtores e não especuladores", afirma o empresário.
(PAULO NAVES)
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