São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 1999

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CRISE 2
Segundo a associação dos revendedores, o preço do alumínio e do vidro aumentou 18,5% e 18%, respectivamente
Material de construção já registra alta

free-lance para a Folha

O aumento dos preços dos materiais de construção pode impulsionar os valores dos empreendimentos que vão ser lançados em São Paulo neste ano.
A advertência é do presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção), Cláudio Elias Conz.
"As empresas vão ter de repassar o aumento dos preços do material de construção para os consumidores. E isso vai dar problema. Não existe mágica", afirma.
De acordo com o empresário, os contratos de fornecimento de material vão ter de ser revistos por construtoras e comerciantes nos próximos 15 dias.
A associação informa que, na última semana, vários materiais tiveram aumento. Os preços do alumínio e do vidro foram reajustados em 18,5% e 18%, respectivamente.

'Made in Brazil'
A maior parte dos materiais usados pela construção civil é fabricada no Brasil, o que não impede os fabricantes de especularem com a desvalorização do real em relação ao dólar, que na última semana chegou a ser vendido a R$ 1,98.
"Se isso não for abuso, eu não sei o que é", afirma Conz sobre a alta dos preços do material brasileiro.
Segundo a Anamaco, a construção civil é responsável pela utilização de 12% do material produzido no país. A maioria (72%) é usada em reformas.

Mercado imobiliário
A alta de preços imposta pelos fabricantes não é bem-vinda pelo mercado imobiliário, responsável pela compra desses 12% do material de construção. "As construtoras não vão aceitar o aumento", diz Ely Wertheim, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato das construtoras e imobiliárias).
Questionado sobre a possibilidade de especulação no preço da matéria-prima, ele diz: "Todo mundo vai tentar aumentar seus preços, mas não vai conseguir. Não é hora de ganhar fazendo isso".
Na opinião do presidente do Sinduscon-SP (sindicato das construtoras), Sérgio Porto, os preços dos imóveis em São Paulo já "estão altos, quase inviáveis".
"Somos construtores e não especuladores", afirma o empresário. (PAULO NAVES)



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