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MICRO DE SUPERMERCADO
PCs à venda no varejo freqüentemente incluem apenas 128 Mbytes de RAM, deixando o Windows lento
Máquinas prontas têm pouca memória
DA REPORTAGEM LOCAL
Em teoria, escolher um computador é simples: basta verificar as
especificações das principais peças. O problema surge na prática.
Ao se dirigir a um hipermercado, a uma loja de departamentos
ou de produtos eletroeletrônicos
(estabelecimentos que, ao contrário da maioria das lojas de informática, vendem PCs com marca),
o consumidor se depara com configurações prontas, que geralmente não podem ser alteradas
na hora da compra e deixam a desejar num quesito crucial: a quantidade de memória RAM.
Isso pode ser constatado por
uma análise das principais ofertas
no varejo e é comprovado pelo instituto IDC, que
indica 128 Mbytes como a quantidade média de memória RAM
nos micros vendidos no Brasil.
"Só o [sistema operacional]
Windows XP ocupa 100 Mbytes.
Sobram 28, dos quais você desconta 16 do vídeo on-board. Não
sobra nada", afirma o escritor
Laércio Vasconcelos, autor de 40
livros sobre informática.
Quando a memória RAM está
ocupada, o Windows cria a chamada memória virtual, ou seja,
usa o disco rígido, que é muito
mais lento, para guardar os dados
que estão prestes a ser processados. A inclusão de um processador veloz, com mais de 2 GHz,
não resolve a questão: "Fica uma
carroça", diz Gabriel Torres, autor de 18 livros sobre informática.
A própria Microsoft recomenda
que os micros tenham, pelo menos, 256 Mbytes.
O usuário pode, claro, levar a
máquina recém-adquirida a uma
assistência técnica e solicitar a expansão da memória, mas isso é
frustrante (quem deseja submeter
o PC a um "conserto" antes mesmo de poder usá-lo satisfatoriamente?) e implica gasto adicional.
Os computadores de supermercado também decepcionam no
quesito placa de vídeo. Mesmo os
mais caros trazem acelerador 3D
on-board (embutido na placa-mãe), que quase sempre é inadequado para jogos.
Na relação ao lado, por exemplo, apenas um micro tem placa
3D decente. Por outro lado, praticamente todos os PCs atuais,
mesmo os mais básicos, têm conector AGP, que permite a instalação de uma placa melhor.
Enquanto os montadores de
micros (lojas que vendem PCs
sem marca) tentam atrair o comprador ostentando preços que
não incluem o custo do sistema
operacional Windows, no grande
varejo a armadilha é outra. Em
muitos casos, o valor divulgado
não inclui o monitor. Segundo o
Procon, ambas as práticas são legais, desde que claramente indicadas ao consumidor.
(BG)
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