DA ASSOCIATED PRESS

Em 2004, em uma declaração que ficou famosa, o presidente dos EUA, George W. Bush, falou sobre "as internets" -bem, ao que tudo indica, elas chegaram.
Desde 13 de março, os clientes de dois grandes provedores da rede, o Cogent Communications Group e a TeliaSonera AB, não conseguem entrar em contato uns com os outros por meio da internet. Isso só é possível se dispuserem de conexões de back up com outras empresas.
O panorama significa, por exemplo, que alguns dos sites norte-americanos administrados por clientes do Cogent ficaram inacessíveis para os usuários de países nórdicos, onde a TeliaSonera, com sede na Suíça, é a maior operadora do setor de telecomunicações. É como se os clientes do Cogent e da TeliaSonera estivessem em internets diferentes.
David Schaeffer, diretor-executivo do Cogent, com sede em Washington, disse que as duas empresas possuem um contrato de "peering", por meio do qual recebem tráfego de clientes uma da outra sem que nenhuma delas tenha de pagar pelo acesso.

Divergência
Mas a TeliaSonera descumpriu os termos do contrato ao não permitir o tráfego de clientes do Cogent em certas localidades e ao recusar-se a ampliar conexões já saturadas, disse Schaeffer.
Isso obrigou o tráfego do Cogent a realizar grandes desvios, segundo Schaeffer. A empresa, por exemplo, viu-se forçada algumas vezes a levar os dados de um cliente do Cogent na Europa através do Atlântico, até os EUA, para entregá-los à TeliaSonera, que então os levava de volta, através do Atlântico mais uma vez, para seu destino na Europa.
O Cogent possui 15 mil clientes, a maior parte deles grandes empresas, órgãos públicos e entidades acadêmicas, que, a seu turno, oferecem a "dezenas de milhões" de pessoas acesso à internet.
A maior parte dos clientes possui conexões de backup por meio de outros provedores ou usam o serviço do Cogent como backup para seus provedores principais. De toda forma, os usuários ainda conseguem se conectar aos 36,1 milhões de clientes diretos da TeliaSonera por outra via de comunicação.