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FOTOGRAFIA DIGITAL
Fabricantes de chip disputam tecnologia para reduzir custo e aumentar uso de câmeras sem filme
Chips prometem imagens mais baratas
JOHN MARKOFF
DO "THE NEW YORK TIMES"
Onze anos atrás, Peter Denyer,
então professor de engenharia
eletrônica na Universidade de
Edimburgo, trabalhou duro para
remover a capa de um chip de
memória de computador e, expondo-o à luz, capturou uma rudimentar imagem monocromática digital, passível de exibição em
uma tela de computador.
Sem saber, Denyer estava repetindo uma experiência que outros
haviam conduzido anos antes no
Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Mas ele foi um dos primeiros a
reconhecer as possibilidades comerciais: um chip de memória
poderia servir como um sistema
barato de preservação digital de
imagens, capaz de transformar o
mundo da fotografia e do vídeo.
Em 99, quando a Vision Group
LLG, empresa de projeto de chips
de Denyer, foi adquirida pela
STMicroelectronics, a sétima
maior fabricante de chips do
mundo, o cenário estava pronto.
A STMicroelectronics prevê que
dentro de alguns anos o custo de
câmeras digitais de alta resolução,
hoje na casa das centenas de dólares, cairá para perto do preço dos
chips de memória para PC -menos de US$ 10 cada um.
Os defensores acreditam que o
barateamento vá permitir ampliar a capacidade da fotografia
digital para outros bens de consumo. Há, no entanto, uma batalha
tercnológica internacional que
opõe Denyer a outros fabricantes
dos sensores mais dispendiosos
que agora dominam o mercado.
Chamados "charged coupled
devices" (CCD), esses sensores requerem um conjunto considerável de chips e componentes. São
produzidos por algumas poucas
empresas japonesas, como a Sony
e a Matsushita.
Concorrendo com essas companhias, há a STMicroelectronics
e a Motorola, que estão produzindo o tipo de sensor menos dispendioso que Denyer defende: chips
de metal óxido semicondutor
complementares, ou CMOS.
Os chips de imagem CMOS
(pronuncia-se cimos), produzidos com as mesmas técnicas que
resultam em chips convencionais,
são usados em webcams baratas
para a Internet.
Embora os sensores CCD continuem a ser a fundação tanto da
fotografia quando do vídeo digital, os fabricantes de CMOS planejam oferecer crescente pressão
competitiva por meio de uma variedade de novos produtos de fotografia digital que aproveitam o
baixo custo desses sensores.
A Kodak produz sensores CCD
para suas câmeras digitais e também lançou sua primeira câmera
com chip CMOS -como acessório para os palmtops da Palm.
Diferentemente dos sensores
CCD, com seus múltiplos componentes e vasta gama de capacitores eletrônicos, os sensores CMOS
podem ser fabricados com o mesmo processo litográfico de alto
volume empregado para outros
semicondutores solid-state.
Os defensores do CMOS dizem
que as vantagens de fabricação do
chip único permitirão que ele supere seus adversários devido aos
benefícios de preço e de produção
em alto volume.
Mas os executivos das empresas
que ainda operam com o CCD
apontam que os defensores do
CMOS há muito têm fracassado
em cumprir essas promessas, devido à qualidade inferior de imagens.
"O CMOS não avançou tanto no
mercado CCD quando seus partidários previam", disse Mark Kirstein, vice-presidente de pesquisa
da Cahners In-Stat Group, empresa de pesquisa especializada
no mercado de semicondutores.
Os partidários do CMOS, no entanto, ressaltam que novos investimentos conduziram a uma explosão no desenvolvimento dessa
tecnologia pelos grandes fabricantes de chips, como a Motorola
e a STMicroeletronics.
Estimuladas pelo potencial do
CMOS, algumas empresas iniciantes, de pequeno porte, estão
até atacando uma parte do mercado de CCD que era considera invulnerável. Na Europa, os telefones em breve terão a capacidade
de enviar e transmitir imagens fotográficas.
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