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TV digital japonesa está em expansão, mas ainda atrai minoria naquele país
Apenas pouco mais de 22% dos lares no Japão têm TV digital, apesar da queda de preços dos aparelhos
MAURÍCIO KANNO
FRANK HONDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A TV digital ainda engatinha
no Japão, pioneiro no desenvolvimento do sistema e fornecedor da tecnologia que será
usada no modelo escolhido pelo Brasil. "Só a usa quem tem
dinheiro, os ricos", diz a estudante Kaori Imanari, 23, da
província de Yamanashi.
Até maio passado, segundo
pesquisa da Associação das Indústrias de Eletrônicos e Tecnologias da Informação do Japão (Jeita), foram vendidos, ao
todo, 11,22 milhões de aparelhos que recebem sinal digital.
Como há 49,53 milhões de lares
japoneses, segundo censo de
2005, apenas 22,65% deles, no
máximo, têm a possibilidade de
usufruir dessa tecnologia. De
fato, em 2005, de acordo com
dados da emissora estatal
NHK, 20% das casas japonesas
assistiam à transmissão de sua
TV digital via satélite.
Avanço digital
O brasileiro Hiro Ogawa, 37,
decasségui na província de Aichi, utiliza o serviço há um ano,
mas diz que, no seu prédio inteiro, só ele tem TV digital.
Essa situação, porém, deve
mudar, pois o preço dos aparelhos vem caindo rapidamente,
chegando a uma média de
5.000 ienes por polegada -um
decasségui pode conseguir, em
um ano de trabalho, cerca de 1
milhão de ienes.
Além disso, ainda neste ano,
praticamente todo o país deverá ter acesso ao sinal digital
-até dezembro, a parte sul do
Japão será beneficiada. Com isso, segundo dados do Ministério de Negócios Internos e Comunicação (Soumushoo), 37
milhões de famílias (79% do Japão) poderão receber imagens
digitais. Em dezembro de 2004,
eram 18 milhões de famílias.
A transmissão via satélite começou em dezembro de 2000 e
atingia, em maio passado, para
13,72 milhões de domicílios.
Quem deseja assistir a esse tipo
de programação assina um
contrato para pagar mensalmente uma pequena taxa para
a NHK, além de um extra para a
instalação.
Atualmente, sete canais
transmitem o sinal digital, mas,
no começo, só a NHK trabalhava com "hi-vision" -como é conhecida a tecnologia High Definition Television (HDTV),
criada pela NHK. Até julho de
2011, todas as transmissões no
país serão digitais.
Recursos
A maior diferença está na
qualidade da imagem, que é
comparável à do cinema. "Não
tem chiadeira", conta Hiro
Ogawa, referindo-se à ausência
de interferência que pode ocorrer na transmissão analógica.
Outros benefícios também são
destacados por Hayato Fuji:
"Eu vi a Copa em TV digital. Foi
muito interessante, pois pude
ver os dados de jogadores e de
jogos passados". Também é
possível acessar a programação
e conhecer detalhes dos programas, como nomes dos artistas e sinopses.
Há a possibilidade de um
acesso simultâneo, a qualquer
momento, a informações como
previsão do tempo e noticiário.
O telespectador pode participar de programas ao vivo, respondendo a perguntas valendo
prêmios, por exemplo. Para ter
acesso ao serviço de dupla direção, é necessário haver uma conexão com a internet.
Outro caminho que começa a
ser percorrido pela TV digital é
a transmissão direta para celulares e outros receptores móveis, como em monitores automotivos.
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