São Paulo, quarta-feira, 03 de janeiro de 2007

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O que vem por aí

PCs terão chips de quatro núcleos

Chegada dos processadores do tipo quad core deverá tornar os modelos de núcleo duplo mais acessíveis

JULIANO BARRETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O lançamento de programas mais pesados incentiva a criação e a venda de máquinas mais poderosas. Essa é uma das regras que movem a indústria da tecnologia, mas que parece próxima de mudar em 2007.
Graças à incessante seqüência de novidades trazidas pelas fabricantes de processadores, as máquinas esbanjam potência, e são os softwares que precisam melhorar.
A corrida pelo aumento de velocidade na freqüência de processamento, medida em gigahertz, deu lugar à multiplicação dos núcleos de processamento. Ter dois núcleos não significa ter o dobro de potência, mas permite realizar várias tarefas ao mesmo tempo sem lentidão ou travamentos.
Contar com essa facilidade, há cerca de dois anos, era um privilégio quase exclusivo de máquinas corporativas. Atualmente, até notebooks compactos apresentam tal recurso e, nas próximas semanas, a Intel deverá anunciar a chegada de processadores com quatro núcleos em versões para os usuários domésticos.
A AMD, vice-líder do mercado de processadores, promete responder ao lançamento da rival com uma versão com quatro núcleos do Opteron, que está sendo chamada pelo codinome Barcelona e deve chegar ao mercado na segunda metade deste ano. Outra aposta da empresa é a plataforma Quad FX AMD, que promete integração especial com o Windows Vista versão Ultimate.
Dessa forma, é perfeitamente possível que, ao final deste ano, os chips de dois núcleos fiquem defasados em relação aos modelos topo de linha. A chegada dos modelos com chips quad core deve começar nos desktops e, depois de algum tempo, chegar aos notebooks.
A evolução da indústria, por outro lado, incentivará as fabricantes nacionais a oferecerem os processadores dual core em seus modelos mais baratos. Atualmente, as opções mais populares são equipadas com processadores tradicionais, de núcleo único, que não são capazes de realizar várias tarefas com agilidade. O Pentium D deverá ser o chip dual core mais barato do mercado, seguido pelo Core Duo -que já possui uma versão mais atual, a Core 2 Duo.
A chegada do novo Windows, no final deste mês, também servirá para definir quais modelos de PC têm uma vida útil adequada -e quais servem apenas para quebrar galho. Para usar o Vista com todas as novidades, como a interface com transparências e animações, a máquina precisará de um processador de pelo menos 1 GHz, 1 Gbyte de memória, uma placa de vídeo com 128 Mbytes e 15 Gbytes de espaço em disco.

Agora vai?
A rápida escalada na velocidade não resolveu todos os problemas dos consumidores.
A maioria dos programas e dos jogos de última geração continua a exigir mais recursos da memória e das placas multimídia do que do processador.
Dois lançamentos esperados para este ano, porém, podem ajudar a desatar esse nó.
O primeiro lançamento crucial é o do Windows Vista, que contará com uma versão que poderá explorar o potencial dos processadores de 64 bits. Atualmente, os chips desse tipo são usados em máquinas com o sistema operacional e com softwares feitos para a plataforma 32 bits, e isso faz com que não exista uma diferença visível de desempenho entre os processadores de um tipo ou de outro.
Com o Vista de 64 bits, espera-se que a indústria de programas comece também a criar produtos especiais para a plataforma, assim aproveitando melhor o potencial das máquinas.
Outra tendência que pode ajudar os PCs a alcançar melhor desempenho na reprodução de games e programas gráficos é a integração dos processadores e das placas de vídeo. Em 2006, a AMD comprou a fabricante de chips gráficos ATI, uma das empresas mais respeitadas do ramo, e o casamento deve resultar no lançamento de micros tão ou mais poderosos do que os consoles de videogame de última geração.
A dobradinha também deve gerar bons frutos no mercado dos portáteis. Boa parte dos notebooks atuais usam placas de vídeo fracas e difíceis de serem atualizadas.


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