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Apple e Google avançam sobre formato para produção de sites
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O mundo dos computadores
parece uma torre de babel, no
qual ninguém fala a mesma língua. Nos próximos anos, incompatibilidades entre navegadores e uma nova linguagem
de internet, o HTML5, devem
incomodar muita gente. As razões para o incômodo, caso as
experiências feitas atualmente
sejam levadas à frente, têm nome: Google e Apple.
O HTML5 é um novo padrão
para construir sites, que tem
como uma das principais características a capacidade de reproduzir vídeo e áudio no navegador. Hoje em dia, as páginas
precisam de pequenos programas que funcionam como complementos multimídia, como o
Flash e o Silverlight. Os vídeos
do YouTube, do Google, rodam
por meio do Flash, programa
presente em 98% dos computadores do mundo.
O problema com a mudança
para o HTML5 é que nem todos
os navegadores têm suporte para a nova linguagem, o que pode
deixar muita gente sem umas
das partes fundamentais da internet nos dias de hoje: os vídeos. O único browser que tem
total suporte ao HTML5 é o
Google Chrome. O Safari 4, Firefox 3.6 e o Opera 10.5 têm diferenças quanto a arquivos que
codificam e decodificam os vídeos, os "codecs". Já o Internet
Explorer 8 entende o HTML5
por meio de um complemento
multimídia produzido pelo
Google.
Nos testes atuais com o
HTML5 feitos pelo YouTube, o
codec entendido pelo Firefox e
o Opera, chamado Ogg Theora,
foi ignorado. Somente o Chrome e o Safari 4, que entendem o
codec do YouTube, chamado
H.264, rodam os vídeos. Por
coincidência, embora Microsoft e IBM presidam os trabalhos de HTML no W3C (o consórcio de empresas que define
novos padrões na rede) Google
e Apple são as empresas que lideram o esforço pela nova linguagem.
Versões mais antigas de todos os navegadores mencionados também não entendem o
HTML5. Isso pode trazer mais
frustração para muitos internautas, já que existe uma fatia
que não atualiza seus navegadores (como a longa sobrevida
do Internet Explorer 6 atesta).
Mas, para Carlinhos Cecconi,
do escritório brasileiro do
W3C, o HTML5 não deixará internautas sem vídeo e nem fará
com que navegadores percam
espaço. Ele diz que o debate é
fundamental para a chegada de
um consenso em torno do que
deve ser especificado no
HTML5.
(BRUNO ROMANI)
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