São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2010

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Apple e Google avançam sobre formato para produção de sites

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mundo dos computadores parece uma torre de babel, no qual ninguém fala a mesma língua. Nos próximos anos, incompatibilidades entre navegadores e uma nova linguagem de internet, o HTML5, devem incomodar muita gente. As razões para o incômodo, caso as experiências feitas atualmente sejam levadas à frente, têm nome: Google e Apple.
O HTML5 é um novo padrão para construir sites, que tem como uma das principais características a capacidade de reproduzir vídeo e áudio no navegador. Hoje em dia, as páginas precisam de pequenos programas que funcionam como complementos multimídia, como o Flash e o Silverlight. Os vídeos do YouTube, do Google, rodam por meio do Flash, programa presente em 98% dos computadores do mundo.
O problema com a mudança para o HTML5 é que nem todos os navegadores têm suporte para a nova linguagem, o que pode deixar muita gente sem umas das partes fundamentais da internet nos dias de hoje: os vídeos. O único browser que tem total suporte ao HTML5 é o Google Chrome. O Safari 4, Firefox 3.6 e o Opera 10.5 têm diferenças quanto a arquivos que codificam e decodificam os vídeos, os "codecs". Já o Internet Explorer 8 entende o HTML5 por meio de um complemento multimídia produzido pelo Google.
Nos testes atuais com o HTML5 feitos pelo YouTube, o codec entendido pelo Firefox e o Opera, chamado Ogg Theora, foi ignorado. Somente o Chrome e o Safari 4, que entendem o codec do YouTube, chamado H.264, rodam os vídeos. Por coincidência, embora Microsoft e IBM presidam os trabalhos de HTML no W3C (o consórcio de empresas que define novos padrões na rede) Google e Apple são as empresas que lideram o esforço pela nova linguagem.
Versões mais antigas de todos os navegadores mencionados também não entendem o HTML5. Isso pode trazer mais frustração para muitos internautas, já que existe uma fatia que não atualiza seus navegadores (como a longa sobrevida do Internet Explorer 6 atesta).
Mas, para Carlinhos Cecconi, do escritório brasileiro do W3C, o HTML5 não deixará internautas sem vídeo e nem fará com que navegadores percam espaço. Ele diz que o debate é fundamental para a chegada de um consenso em torno do que deve ser especificado no HTML5. (BRUNO ROMANI)


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