BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (www.spep.com.br/noticias/grafico.pdf), o pacote de programas Microsoft Office é o mais usado nas empresas brasileiras: 94% das 1.260 instituições pesquisadas adotam o software.
Apesar disso, a suíte tem preço alto -sua versão mais simples custa mais de R$ 1.000. O concorrente StarOffice 6.0, da Sun (www.sun.com.br/staroffice), procura conquistar usuários pelo preço: o pacote, que oferece recursos similares aos do programa da Microsoft, custa o equivalente a US$ 76 (aproximadamente R$ 215).
O programa, cuja versão de lançamento foi testada com exclusividade pela Folha, ainda não tem versão em português (está em inglês), o que limita a utilização do editor de texto embutido: falta um corretor ortográfico, que a Sun pretende incluir no pacote até o final deste ano.
O StarOffice 6.0 é praticamente idêntico ao pacote OpenOffice (www.openoffice.org), que tem uma qualidade importante: é gratuito. De acordo com a Sun, o novo StarOffice se destina principalmente a empresas, que se dispõem a pagar pelo pacote em troca de suporte técnico. A empresa promete distribuir gratuitamente o StarOffice a instituições de ensino interessadas.
Atualmente, a principal diferença entre o StarOffice e o OpenOffice está no banco de dados Adabas, que não está presente no pacote gratuito. Se você não precisa de suporte técnico e não liga para o Adabas, prefira o OpenOffice.
A compatibilidade com os formatos de arquivo usados pelos programas da Microsoft é boa: com o StarOffice, o usuário pode abrir e produzir documentos nos formatos DOC (Word), XLS (Excel) e PPT (PowerPoint). O pacote não reconhece macros -sequências de comandos- criadas com o Microsoft Office e pode alterar a formatação de documentos complexos (planilhas que tenham fórmulas embutidas, por exemplo), mas funciona bem com a maioria dos arquivos.
Os softwares do pacote adotam uma interface familiar -seus botões e menus imitam o visual do Microsoft Office, o que facilita a adaptação do usuário.
Na hora de salvar arquivos, surge uma falha. Se o usuário grava um documento num formato que não seja o padrão (default) do StarOffice, recebe um aviso do soft, que alerta para uma "possível perda de dados". Embora a manifestação seja legítima, sua frequência é irritante: o aviso aparece sempre que o arquivo é fechado. Outro problema está no contador de palavras do editor de texto, que não mede trechos de documentos.
Por outro lado, o programa de desenho Draw, que integra o pacote, permite fazer desenhos com mais facilidade do que com outros pacotes de escritório. Além do Draw e do editor de texto (Writer), o usuário recebe uma planilha eletrônica (Calc), um editor de apresentações (Impress) e o gerador de banco de dados.
O StarOffice, que pode ser instalado em PCs com Windows ou Linux, é lento: o Writer levou 20 segundos para abrir em um PC com chip Pentium 4 de 1,4 GHz. O Microsoft Word XP levou 2s.
O StarOffice traz um recurso que ameniza essa lentidão (o Writer passa a abrir em 5s), mas deixa o PC lento, pois carrega partes do programa quando o Windows é ligado. Para desativar a função, clique com o botão direito no ícone do StarOffice (é uma borboleta que fica ao lado do relógio do sistema) e desmarque o item Load StarOffice at system start-up.



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