São Paulo, quarta-feira, 04 de fevereiro de 2009 |
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O lado sujo da indústria limpa
Segundo agência do governo da Califórnia, Brasil e outros países do Terceiro Mundo recebem lixo eletrônico, que tem componentes tóxicos como chumbo e mercúrio
DANIELA ARRAIS DA REPORTAGEM LOCAL Renovação é um imperativo no mercado de eletroeletrônicos. O computador comprado hoje pode não executar programas criados daqui a um ano. A política é a mesma para câmeras, celulares e televisores. Empresas se valem da publicidade para passar uma mensagem que soa como mantra para o consumidor ávido por performance: substitua seu produto por um melhor. Você se desfaz de um, compra outro. E um enorme volume de lixo eletrônico fica vagando por aí -parte dos resíduos é despejada em países do Terceiro Mundo. Dados de uma agência do governo da Califórnia registram que, em 2006, o Brasil recebeu mais de mil toneladas de eletrônicos descartados nos EUA. Segundo o Greenpeace, a cada ano são produzidos entre 20 milhões e 50 milhões de toneladas de e-lixo, que tem componentes tóxicos como chumbo. "Os produtos são fabricados usando mais de mil químicos tóxicos -muitos deles são conhecidos por causar câncer, abortos, problemas reprodutivos, asma e outras doenças nos trabalhadores que os fabricam, nas comunidades que cercam as fábricas e em locais onde o e-lixo é jogado e queimado", afirma Ted Smith, autor do livro "Challenging the Chip" (desafiando o chip). Para Jorge Tenório, professor titular da Escola Politécnica da USP, a única forma de combater esse processo é a reciclagem. "O problema maior associado ao lixo eletrônico é que a vida média dos produtos é cada vez menor. E cada vez mais a gente consome mais matéria-prima. É uma forma insustentável de lidar com o ambiente." Veja, nesta edição, como tratar seu lixo eletrônico e conheça iniciativas que tentam lidar com o problema. UM bilhão de PCs serão descartados mundialmente entre 2005 e 2010. O número está informado no relatório "TI Verde", da Intel 500 milhões de PCs contêm, aproximadamente, 2.872.000 toneladas de plástico, 718.000 toneladas de chumbo, 1.363 tonelada de cádmio e 287 toneladas de mercúrio, diz o relatório Próximo Texto: Tec-tec-tec Índice |
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