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comportamento
Costura eletrônica
Alison Lewis une moda e informática em livro que ensina público leigo
a produzir artesanato high-tech
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Um travesseiro que funciona
como telefone. Uma bolsa que
brilha quando o celular toca.
Um chapéu que esconde em
bordados os controles de um
iPod Shuffle. Não só esses artigos estão disponíveis, mas podem ser feitos por qualquer
pessoa -mesmo quem fugia da
aula de ciências e acha que "circuito fechado" é a rota de festas
dos ricos e famosos.
É a promessa de Alison Lewis, autora de "Switch Craft:
Battery-Powered Crafts to Make and Sew" (Switch Craft: artigos à bateria para fazer e costurar), lançado recentemente nos
Estados Unidos.
O livro, com a colaboração da
artista Fang-Yu Lin, reúne os
dois amores de Lewis, moda e
eletrônica, com a intenção de
atrair uma plateia até hoje reticente ao mundo da tecnologia.
"Eu escrevi para quem nunca
tocou em eletrônicos na vida"
disse ela à Folha, por telefone,
da Filadélfia. "Pensei em pessoas que costuram, como eu, ou
fazem trabalhos manuais. Baseei os projetos em habilidades
que elas já têm e no que podem
fazer se superarem o medo."
O trabalho vai na onda de
dois movimentos crescentes
nos EUA: a personalização na
moda e a eletrônica no estilo
"faça você mesmo", cultuados
em revistas especializadas e comunidades virtuais como a
Craftster.org.
Sobre o tema, Lewis também
mantém um blog (iheartswitch.com) e apresenta, na rede,
o programa "Switch". A ideia é
fugir dos estereótipos dos aficionados por eletrônica, assim
como fez a própria autora: sem
cara de nerd, a loira de 34 anos
estudou arte e parece ser tão
habilidosa na maquiagem
quanto na fiação.
Com linguagem mais próxima da costura e ilustrações detalhadas dos 20 projetos sugeridos, as elocubrações do livro
não exigem nenhum conhecimento em programação. E a
autora diz que mesmo o leitor
que nunca pregou um botão é
capaz de fazer, por exemplo, a
sacola para laptop que é a primeira a saber quando há Wi-Fi
na área, com o apoio das seções
com moldes para tecidos e noções básicas de eletrônica.
Mas há limitações para o uso
de alguns projetos. Não é sempre que dá para sair de casa
com uma saia perpassada por
fios iluminados ou uma bolsinha que acende letras na face
exterior ao ser aberta.
"Para ser sincera, nem sempre é uma boa ideia usar roupas
com tecnologia. Ainda temos
muitas barreiras tecnológicas,
como a questão da bateria. É
muito chato ter que carregar as
roupas antes de usá-las."
Caminho da moda
Lewis diz que não é só o mundo do design de moda que está
afastado da eletrônica: o contrário também é verdadeiro.
"Há uma séria falta de comunicação. A mágica está na tecnologia, mas o design é fundamental."
Ainda assim, ela acredita que
o futuro da moda está nesta fusão. "Para inovar nesta área hoje, é preciso pensar em termos
de materiais tecnológicos, porque o resto já foi feito."
No futuro, afirma, a veia utilitária poderá falar mais forte,
como em jaquetas que se aquecem quando a temperatura cai.
Mas a estética também será
contemplada, por exemplo,
com tecidos que mudam de cor.
"Switch Craft: Battery-Powered Crafts to Make
and Sew", por Alison Lewis e Fang-Yu Lin
Potter Craft, 2008
144 páginas
Sem tradução para o português
US$ 16,47 na Amazon
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